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Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2019 às 15:29
- Atualizado há 2 anos
Nove homens foram presos na manhã deste sábado (20), entre eles o advogado Mário Júnior Pereira Amorim, em uma operação conjunta das polícias Civil e Miltar. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), o grupo foi responsável pela invasão da empresa Veracel Celulose, zona rural de Belmonte, extremo sul da Bahia, realizado no dia 2 de julho deste ano.>
O grupo incendiou seis veículos de uma empresa terceirizada da empresa e deixou três funcionários feridos. Ainda de acordo com a SSP, o grupo foi preso por invasão de propriedade, queima de veículos, agressão contra segurança, corte de árvores, entre outro delitos. Cinco dias antes das ações criminosas, o grupo, que não tem ligação com movimentos sociais do campo, foi retirado das terras após decisão judicial.>
Mário, Geraldo Pereira dos Santos, Rogério Silva da Rocha, Derolino Pereira dos Santos, Nival Miguel da Silva, Raimundo da Rocha, Cláudio Francisco de Oliveira, Nilson de Oliveira Gonçalves e Adenildo Batista da Rocha possuíam mandado de prisão em aberto. Um décimo envolvido não foi encontrado e é considerado foragido.>
"Chegamos ao grupo após análise de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e ações de inteligência. Seguimos procurando o décimo integrante", relatou o titular da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis), delegado Moisés Damasceno.>
Investigação A ação criminosa foi filmada pelos seguranças, que não reagiram ao ataque. O vídeo mostra um ato de selvageria, com os integrantes do grupo quebrando os vidros dos veículos com foices, ateando fogo e xingando os seguranças, dando ainda ordens para que eles saíssem do local. Os seguranças acabaram fugindo para não correr risco de haver algo mais grave. >
Sediada em Eunápolis, a Veracel Celulose é um projeto agroindustrial que pertence à brasileira Fibria e a suecofinlandesa Stora Enso (cada uma tem 50% de participação). A empresa planta eucaliptos no extremo sul da Bahia há mais de 20 anos e atingiu em 2018 o maior nível de produção, com 1.148.760 toneladas de celulose.>
De acordo o coordenador da Coorping, o grupo que atacou os seguranças é formado por quatro famílias que não aceitaram acordo feito ano passado pela empresa com outras 260 famílias de quatro grupos diferentes.>
No acordo, diz o delegado, a empresa negociou com as famílias a venda de 2.099 hectares para ser pago em 20 anos, em parcelas baixas, com carência (início do pagamento da primeira parcela) de três anos. Os valores negociados e a quantidade de lotes para cada família não foram informados.>
Em nota, a empresa declarou que, além dos vigilantes feridos, “outras três pessoas da empresa prestadora de serviços Plantar, também contratada pela Veracel, foram mantidas sob cárcere privado, ameaçadas de morte e forçados a executar trabalhos de interesse do grupo durante a manhã, sendo liberadas à tarde”.>
“A Veracel esclarece que os colaboradores da GPS não utilizam armas e nem reagiram às agressões. Os invasores da área não se declaram associados a nenhum movimento social”, declarou a empresa.>
Os vigilantes feridos foram encaminhados para o Hospital Regional, em Eunápolis, onde receberam atendimento e posteriormente liberados. A empresa GPS também dará apoio psicológico aos profissionais.>
A Veracel diz que “mesmo tendo a legítima posse da terra e licenciamento ambiental, a Veracel decidiu interromper as atividades na área para garantir a integridade de seus colaboradores próprios e parceiros até que haja uma solução por parte das autoridades”, e que “as operações da empresa continuam normalmente em outros locais”.>
“A Veracel está colaborando com as autoridades policiais para esclarecer as circunstâncias do ataque, entendendo que nenhuma alegação justifica a violência”, finaliza a nota da empresa.>
O CORREIO não conseguiu contato com integrantes do grupo que realizou os ataques.>