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Maysa Polcri
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 16:46
O terreiro Ilê Axé Oxum Opará, localizado no povoado de São Miguel, na zona rural da cidade de Caldeirão Grande, sofreu um atentado na madrugada de segunda-feira (13). O espaço foi arrombado, incendiado e alvo de disparos de arma de fogo. Objetos sagrados foram destruídos na ação. >
O ataque ocorre após a ialorixá do terreiro, Jucileide Souza Santana, a Mãe Nenê de Oxum, ser ameaçada de morte. Há três anos, as paredes do espaço religioso foram pichadas e a líder e seus filhos foram ameaçados. "Um número desconhecido dizia que eu deveria ir embora e fechar o terreiro ou iriam matar eu e meus filhos", afirma. >
A religiosa conta que soube do ataque ao chegar no terreiro e se deparar com portas arrombadas e um dos cômodos incendiados. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Territorial de Caldeirão Grande, cidade de cerca de 13 mil habitantes. O crime foi registrado como incêndio, disparo de arma de fogo em lugar habitado e dano material. >
Terreiro de cidade na Bahia é incendiado e alvo de disparos de arma
Após o ocorrido, a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA) enviou um ofício à Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos do Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitando medidas para proteger a líder e o espaço religioso. >
"Diante da gravidade do que vem ocorrendo, solicitamos apoio urgente para coibir novos atos de destruição do terreiro, inclusive da ida de equipe da Ronda Religiosa ao local, garantido o restabelecimento das atividades do templo", afirma o comunicado. >
Ao CORREIO, Leonel Monteiro, presidente da AFA, lamentou o ocorrido e cobrou medidas de proteção ao espaço religioso e seus frequentadores. "Temos uma comunidade assustada por ameaças há anos, e, agora, elas estão se concretizando", disse. O caso é investigado pela Polícia Civil. >