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Bahia lança projeto que usa IA para recriar rostos de pessoas escravizadas

Documentos históricos são usados como base, além de levantamento iconográfico

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 29 de julho de 2025 às 07:59

Arquivo Público vai recriar rostos de escravizados
Arquivo Público vai recriar rostos de escravizados Crédito: Divulgação

O Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), ligado à Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBA), deu início ao projeto Fragmentos de Memória, que busca reconstruir visualmente a história de pessoas escravizadas na Bahia Colonial e Imperial. A iniciativa integra o programa Resgate Ancestral e tem como foco humanizar registros antigos por meio de retratos digitais criados com inteligência artificial.

Sob a direção de Jorge X e com coordenação técnica de Adalton Silva, o projeto parte da digitalização e transcrição paleográfica de passaportes de pessoas escravizadas e libertas. A partir desses documentos, são produzidas descrições detalhadas que embasam a reconstrução visual.

A equipe realiza ainda um levantamento iconográfico, com base em obras de artistas como Jean Baptiste Debret (1816–1831) e fotógrafos como Marc Ferrez (1882–1885), além de gravuras, álbuns de viajantes e acervos particulares. Essas referências visuais ajudam a identificar vestimentas, cenários, acessórios e outros elementos importantes para compor os retratos com fidelidade histórica.

Sede do Arquivo Público por Marina Silva/Arquivo CORREIO

As imagens finais serão criadas por meio de modelos generativos de IA, alimentados por dados documentais e visuais. O estúdio criativo Filmeiro, com Victor Marinho e Mariana Bastos, é responsável por essa etapa. Já a transcrição paleográfica dos documentos está a cargo do ateliê Memória & Arte, coordenado pela doutora Vanilda Salignac de Sousa Mazzoni.

“Este projeto transforma documentos frios em rostos cheios de histórias. É um ato de justiça simbólica”, afirma Jorge X, diretor do Arquivo Público da Bahia.

Atualmente, o projeto está na fase de coleta e organização dos dados. Fotografias antigas, gravuras e litografias estão sendo restauradas e utilizadas como base visual inicial. As imagens geradas até agora são apenas testes, ainda sujeitas à revisão e validação histórica com apoio da equipe do Apeb e consultores especializados.

Entre julho e setembro de 2025, está prevista a ampliação do banco de dados visuais e o início das primeiras gerações em maior escala. Em outubro, ocorrerão sessões de curadoria colaborativa para ajustes. O lançamento oficial dos retratos produzidos pelo Fragmentos de Memória está marcado para novembro de 2025.