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Gabriel Amorim
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 05:15
- Atualizado há 2 anos
A hora de comprar está chegando e já tem gente preparando o bolso. Pesquisa apontou que 54% dos soteropolitanos estão esperando as promoções da Black Friday para adquirir aquele bem mais caro que ainda não conseguiu sair da lista de desejos. Segundo o levantamento, o ticket médio investido por quem vai comprar será de R$ 1.200,00 >
O levantamento, realizado pela consultoria Pollis Estratégia, em parceria com o Shopping Itaigara e o Curso de Administração da Unijorge, ainda aponta que os primeiros lugares na lista de compras de quem vai aproveitar as promoções são: presentes de Natal, utensílios do lar e celulares. A pesquisa ouviu 200 participantes de poder aquisitivo diverso.>
O dia de promoções é marcado sempre para a última sexta-feira de novembro. Diante da expectativa no incremento das vendas várias lojas acabam antecipando os preços especiais por todo o mês. O pico de vendas, no entanto, ainda é esperado para o fim de semana oficial de promoções, a partir do próximo dia 27.“É a primeira grande data do varejo em que estaremos com os shoppings abertos Ainda existem limitações e os protocolos de segurança precisam ser seguidos. Isso gera um impacto nas vendas, mas a expectativa não deixa de ser positiva”, afirma Edson Piaggio, coordenador estadual da Associação Brasileira de Shopping Centers, na Bahia (Abrasce - Ba).Piaggio explica que as vendas ainda não retornaram ao patamar anterior à pandemia e que ainda não é possível esperar por números que superem os de 2019. “Desde que os shoppings reabriram estamos vendendo 60% a menos do que o mesmo período do ano passado e a expectativa é que com a Black Friday a gente fique apenas com 10% a menos no comparativo”, detalha.>
“É um período que cada vez mais tem ampliado os setores que acabam beneficiados. Eletrodomésticos e eletrônicos sempre são bastante procurados mas a cada ano outros setores acabam também com aumento nas vendas”, finaliza. >
A auxiliar administrativa Sofia Costa, 32 anos, é uma das soteropolitanas que quer aproveitar os descontos. Diferente da maioria, ela deixou de lado os eletrônicos para focar as economias em finalizar uma reforma em casa. “Reformei recentemente o apartamento mas o dinheiro não deu para alguns detalhes e principalmente para móveis e decoração. Já deixei tudo preparado , tenho as medidas, o modelo e quero ver se consigo comprar uma mesa de jantar, além de pegar alguns materiais para terminar alguns detalhes da obra em si”, conta ela. >
Vários produtos Os materiais de construção, apesar de não serem as estrelas da data, carregam grande expectativa para esse ano. Segundo levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba), os materiais de construção devem ser o setor com maior incremento nas vendas para o período, com uma alta de 34,7% nas vendas em relação ao mês anterior, já que o setor está aquecido. >
Para os produtos geralmente associados à data, os eletrodomésticos & eletrônicos, a Fecomércio prevê uma elevação no faturamento de 16,5%, atingindo os 2,3 bilhões de reais. Apesar dos números volumosos, os dados não mudam o cenário de queda na comparação com o ano anterior.“No geral será um resultado extremamente positivo quando se analisado o que se previa no início da crise. Em maio, por exemplo, se projetava uma forte retração de 37% para o desempenho de novembro. Porém, a melhora nos últimos meses ainda não é suficiente para mudar o saldo negativo esperado para o ano de -7%”, analisa o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, responsável pela pesquisa feita pelo órgão. A social media Gabriela Brito, 22 anos, já aproveitou uma promoção antecipada (Foto: Acervo pessoal) Quem ja contribuiu com os números do setor de eletrônicos foi a social media Gabriela Brito, 22 anos, que aproveitou a antecipação da promoção em uma loja online para investir em um novo computador.>
“O computador é meu instrumento de trabalho e o que eu tinha estava cheio de problemas. Já há alguns meses vinha olhando valores e a máquina que eu queria estava por volta de R$ 8 mil. Consegui comprar por menos de R$ 6 mil e com boas condições de pagamento’, conta. >
Cuidados Outro que quer aproveitar a Black Friday e já está pesquisando há meses é o universitário Gustavo Pinheiro, 18 anos. “Desde abril vejo os preços para ter certeza que a promoção é de verdade e vale a pena. Tenho visto é os valores subindo de uns meses pra cá. Vou esperar para ver se a promoção vai ser só para voltar ao valor inicial ou se vai valer mesmo’, diz o rapaz, que quer trocar de celular. O universitário Gustavo Pinheiro, 18 anos, quer garantir que as promoções realmente são para valer (Foto: Acervo pessoal) Profissionais da área afirmam que a conduta de Gustavo é uma saída para não acabar caindo em falsas promoções. “Saber a média de preço de determinado produto impede que os consumidores sejam atraídos por empresas que se valem de grandes ofertas para a aplicação de golpes. O período favorece a aplicação de descontos, mas não deve ser motivo de descuido”, destaca George Araújo, advogado e consultor jurídico em Direito do Consumidor.“É importante realizar uma pesquisa prévia nas lojas físicas, panfletos, comerciais e nas plataformas online das respectivas lojas para ter uma ideia da média de preço do produto desejado. A base que o consumidor precisa ter não é a porcentagem do desconto, mas se o preço final está abaixo da média esperada” , orienta.Fiscalização De olho nos possíveis golpes, a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), órgão vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), vem fiscalizando desde outubro sites que antecederam o evento promocional da Black Friday. Na última terça-feira (17) foi dado início às fiscalizações nos grandes centros comerciais, como shoppings, e comércios de rua. As fiscalizações acontecem até o dia da realização da Black Friday, na próxima sexta-feira (27).>
Durante o primeiro dia de operação iniciada no Salvador Shopping, em 18 locais fiscalizados, foram identificadas infrações em quatro estabelecimentos, como por exemplo a exposição de produtos sem preço em vitrine interna, externa e dentro da loja.>
"Esse tipo de infração gera processos administrativos para as empresas e caso não seja corrigido, pode gerar multa. Nós já vínhamos fiscalizando desde outubro os sites, pois muitas lojas anteciparam a Black Friday e nós acompanhamos. Averiguamos algumas regras que o comércio eletrônico exige, como número do CNPJ, e nas lojas físicas vamos avaliar questões básicas como preço e venda casada, por exemplo", destacou Iratan Vilas Boas, diretor de fiscalização do Procon-BA.>
*Com a orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro >