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Bolsonaristas não aceitam resultado de eleição e bloqueiam estradas baianas

Na capital, manifestantes se concentraram diante do Quartel da Mouraria, onde defenderam golpe militar

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2022 às 20:58

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Paula Fróes

Desde a manhã de terça-feira (1), os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, candidato derrotado à reeleição no último domingo (30), manifestaram sua indignação com os resultados das urnas. Logo pela manhã, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que trechos da BR-101 que cortam a Bahia voltaram a ser bloqueados por volta das 7h. Além da interdição das rodovias, atos ocorreram na capital e no interior.

Em Salvador, um grupo de eleitores bolsonaristas, concentrados desde 8h, protestou pela tarde em frente ao Quartel General da 6ª Região, na Mouraria, revoltados com a derrota de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Inicialmente, um grupo de 50 pessoas foi ao local, usando camisas da seleção brasileira de futebol e outras roupas em verde e amarelo. 

Ao longo da tarde, cerca de 200 pessoas, com o rosto pintado com as cores da bandeira do Brasil e empunhando a bandeira do país, ficaram em volta de um carro de som para ouvir o pronunciamento de Bolsonaro. Dentre elas, o CORREIO flagrou homens armados. Bolsonaro quebrou o silêncio de dois dias e foi a público agradecer pelos votos recebidos e reafirmar que respeitaria a Constituição. 

No discurso do presidente, no entanto, não houve reconhecimento claro da vitória de Lula, nem palavra de incentivo à dissolução dos bloqueios nas estradas ao redor do país feitos por seus apoiadores. Bolsonaro apenas pediu para que as manifestações fossem pacíficas. O discurso agradou os manifestantes, que clamaram por intervenção militar e chegaram a saudar, eufóricos, o carro do Exército que se encaminhava ao quartel. 

Para uma apoiadora instrutora de armamento e tiro, o pronunciamento de Bolsonaro foi um sinal claro para o prosseguimento das paralisações e manifestações. “Nós entendemos que o presidente quis que nós continuássemos com integridade, reconhecendo que houve fraude. Vamos ficar aqui à noite e pela manhã. Estamos com apoio dos policiais”, declarou.

Outra apoiadora, que não revelou seu nome, afirmou que seu foco nos próximos dias é garantir que Bolsonaro continue no poder. “Ele está só esperando que nós façamos pedido para que haja intervenção militar e ele assuma. As eleições foram fraudadas. Só depende de nós nos posicionarmos, porque ele está de mãos e pés atados”, disse.

Sem esconder o desejo de instauração de um golpe, os bolsonaristas carregaram cartazes no local pedindo "intervenção federal'', enquanto outras mensagens falavam em "resistência civil". No ato, também havia crianças. 

A Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) disse que o ato não teve qualquer interferência no trânsito. A 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) acompanhou o protesto. A PM ressaltou que a manifestação aconteceu "de maneira pacífica".

De acordo com os manifestantes, o ato na frente do Quartel da Mouraria continuará, ininterruptamente, por no mínimo três dias. Eles já estão abastecidos com comida e barracas para dormir, mas contam com o apoio dos moradores locais para atender às necessidades básicas de higiene. 

Atos nas rodovias

Outros protestos de insatisfeitos com o resultado eleitoral aconteceram nas estradas, onde caminhoneiros fizeram atos fechando rodovias. Houve interdição total da via da BR-324, em razão da manifestação de aproximadamente 20 pessoas em Jacobina. A pista foi totalmente liberada às 4h30 da manhã.

Em Jequié, no sudoeste baiano, agentes do 19° Batalhão da Polícia Militar (BPM) receberam denúncia da concentração de um grupo. Segundo a polícia, homens e mulheres, uma delas com criança de colo, solicitavam a participação de mais pessoas na manifestação. Um homem intitulado líder do movimento foi conduzido à Delegacia Territorial (DT) daquela cidade, disse a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em nota.

Em Teixeira de Freitas, manifestantes bloquearam um trecho da BR-101 com pneus queimados, mas a pista foi liberada no final da tarde, segundo a PRF. Cerca de 300 pessoas se concentraram no Posto da Mata, prometendo, em protesto, não sair das ruas até o dia seguinte. 

PRF realizou 24 desobstruções em seis rodovias

Na Bahia, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), houve 24 desobstruções em seis diferentes rodovias do estado com o apoio das polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros. Segundo a SSP, as forças atuam para cumprir a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a liberação imediata das rodovias.

O único ponto ainda interditado está em São Desidério, onde houve a obstrução total do trecho da BR-020 com duas caçambas. Proprietário de uma loja de eletrônicos do município, um morador que não se identificou desaprovou os atos. “Eu não concordo com a paralisação, porque tira o direito de todo mundo de ir e vir”, lamentou.

Na BR-020, ocorreu uma interdição parcial da rodovia com barreiras físicas em Luís Eduardo Magalhães, onde uma grande estrutura coberta, com local pra descanso e alimentação, estava sendo montada próximo da saída do município. As bases de alumínio que foram colocadas foram retiradas. 

Outros trechos da região de Correntina, Mucuri, Barreiras, Vitória da Conquista, Ubaitaba, Eunápolis, Feira de Santana, Itamaraju, Itabela, Itabatã, Camacan e Guanambi foram liberados.

"Vamos garantir a liberação das estradas. Não vamos permitir que alimentos, pessoas com enfermidades e trabalhadores sejam impedidos de se deslocar. O resultado democrático das urnas será respeitado. Aqui, na Bahia, o mais importante é o respeito à democracia”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino.*Com orientação da subeditora Fernanda Varela