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Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2019 às 05:45
- Atualizado há 2 anos
Das 10 cidades com maior incidência de dengue na Bahia, três estão na Chapada Diamantina. Wagner, Lençóis e Palmeiras aparecem no ranking divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e tiveram grandes crescimentos em comparação ao boletim divulgado no início de fevereiro deste ano.>
A conta do coeficiente de incidência leva em consideração o total da população. Se a ocorrência da dengue for maior que 100 casos a cada 100 mil habitantes, há estado de alerta. Os dados são de 30 de dezembro de 2018 a 12 de março deste ano.>
Wagner é a segunda cidade com maior número de casos quando se leva em consideração a quantidade de pessoas que lá vivem. O coeficiente é de quase 1,4 mil. Palmeiras aparece com o quinto maior índice, de mais de mil casos. Lençóis é a sétima cidade com maior incidência, com índice de 654.>
O número de incidência aumentou em comparação com o relatório divulgado pela Sesab no início de fevereiro, que corresponde a levantamento realizado até o dia 2 do mês. A cidade campeã da Chapada, Wagner, possuía índice de 631, 55% menor do que a atual.>
A variação de Lençóis foi de crescimento de 45% nos casos. A campeã em variação foi Palmeiras, que tinha coeficiente de 178 e subiu para 1.026, uma variação de 476% casos a mais.>
No número de casos, a cidade de Wagner apareceu em oitavo lugar no ranking, com 130 notificações. Palmeiras é a 10ª cidade, com 92 casos e Lençóis a 18ª com 74 notificações.>
Macrorregião Apesar das três cidades estarem com os maiores índices com relação à incidência, o coordenador da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) Gabriel Muricy afirmou que a questão não está relacionada com a macrorregião. "Não tem nenhuma determinante da macrorregião que esteja interferindo. O que interfere, basicamente, é a presença do mosquito aedes aegypti no local, determinante para a circulação dos vírus", afirmou.O coordenador afirmou que a questão pode estar relacionada ao controle do foco de larva do mosquito no município.>
"Se não se tem instalado uma sala de controle de arboviroses ou um espaço para discutir estratégias entre saúde, saneamento e educação, não há como controlar o foco do mosquito", disse.>
Gabriel Muricy ainda destacou que o maior número de casos já era esperado para 2019 porque as doenças possuem uma dinâmica de a cada três ou cinco anos, ter um ano com caráter epidêmico. "Como 2017 e 2018 teve poucas notificações, a gente já esperava que 2019 seria maior, mas tudo varia de acordo com a dispersão e densidade do mosquito e a susceptibilidade da população ao vírus", explicou.Por conta da presença do vírus nas três cidades, outros municípios da Chapada poderiam até correr o risco de também desenvolver mais casos da dengue, por conta da presença do município, mas o coordenador não aposta nisso.>
No início de fevereiro, o CORREIO falou com o prefeito de Lençóis, Marcos Airton Alves de Araújo (PRB), que afirmou à época que o município está em parceria com a Sesab. “O carro fumacê já está passando de madrugada nas áreas da cidade e de dia na zona rural”, afirmou.>
Os 32 agentes de endemias também estavam atuando junto à população para fazer trabalhos educativos. No Verão, a cidade recebe de 8 a 10 mil turistas por dia. O prefeito recomenda o uso de repelentes, sobretudo na zona rural.>
Na Bahia Os casos de dengue na Bahia aumentaram 322% neste ano em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 5.871 casos notificados em 158 municípios do estado.>
O município com a pior situação é Feira de Santana, a segunda maior cidade do estado, que teve 2.264 casos prováveis de dengue no período, quase 40% de todas as notificações da Bahia, de acordo com dados da Sesab. Feira também concentra a maior parte das mortes: foram quatro na cidade, uma em Salvador e uma em Candeias.>
Luís Eduardo Magalhães ficou em segundo lugar, com 310 casos, seguido de Paramirim com 244, Macaúbas com 206 e Riacho de Santana com 172 notificações.>
O município campeão no coeficiente de incidência é Ipupiara, seguida de Wagner, Tanquinho, Paramirim, Palmeiras, Serrolândia, Lençóis, Caturama, Riacho de Santana e Santa Bárbara.>
Ação Para combater o crescimento das arboviroses, a Sesab distribuiu 7,4 kits com 26 itens para combater o mosquito. Cada kit é composto de pesca larva, pipetas de vidro, tubos de ensaio, álcool, esponja, lanterna de led recarregável, bacia plástica, dentre outros materiais. Ao todo, foram investidos R$ 2,6 milhões na ação.>
Um alerta ainda foi emitido pela pasta em janeiro de 2019 para os municípios do estado sobre o alto índice da doença.>
"A Sesab solicitou que os municípios realizassem mutirões de limpeza, com atividades de vistoria e remoções de focos do vetor nas residências, juntamente com caminhadas de conscientização e distribuição de materiais informativos. A Sesab também distribuiu repelentes para as gestantes dos municípios com maior incidência do mosquito", disse a pasta, em nota.>