Cigano suspeito de matar um e ferir três na Ilha de Itaparica se apresenta à polícia

Wilian Machado de Almeida esteve na delegacia acompanhado por advogado, foi ouvido e liberado; dois se apresentarão quarta (04)

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  • Diogo Costa

Publicado em 29 de outubro de 2015 às 18:04

- Atualizado há um ano

Um dos três ciganos suspeitos de efetuar os disparos que mataram Reginaldo Cardoso dos Santos, 50 anos, e deixaram outras três pessoas feridas após briga na última terça-feira (27), em Barra Grande, na Ilha de Itaparica, se apresentou à polícia no início da tarde desta quinta-feira (29). Wilian Machado de Almeida esteve na 24ª Delegacia (Vera Cruz) por volta das 14h30 acompanhado de um advogado, prestou depoimento e foi liberado em seguida.Durante depoimento, segundo o delegado Geovani Paranhos, titular da 24ª Delegacia, Wilian alegou que os disparos aconteceram após uma confusão envolvendo a mãe dele, que acreditou que o conferente Alexandre Lima estava invadindo o acampamento conhecido como Rancho dos Ciganos. “Ele disse que a mãe dele achou que o rapaz que tentou passar pelo acampamento era ladrão. Na confusão, ele pegou a arma e já desceu a mão atirando. Ele estava tentando arrumar um álibi, dizer que houve uma troca de tiros. Ainda estamos apurando, mas acreditamos que houve a intenção de matar”, explicou o delegado. Ainda segundo Paranhos, outros dois ciganos envolvidos no crime, identificados como Igor Machado de Almeida e Laércio Cordeiro Machado, deverão se apresentar à polícia na próxima quarta-feira (04). “Já sabemos a localização deles e fomos informados que eles pretendem se entregar na próxima semana”, informou. A confusão envolvendo os ciganos teve início na última terça, após Alexandre – que saía de uma festa de aniversário que ocorria no fundo da comunidade – tentar deixar o local acessando uma rua próxima através entrando na propriedade. Reginaldo voltava de um culto evangélico e passava pelo local no momento e foi atingido. Além dele, Rosenilda Santana Meireles, 46, Rosana dos Santos Miranda, 43, e Diego Coelho Moreira, 23, também foram baleados.Rosenilda foi levada para o Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ), medicada e liberada na manhã de ontem. Rosana foi socorrida para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde permanece internada em estado grave. Diego foi levado para o Hospital Geral de Itaparica (HGI), onde permanece sob observação, com previsão de alta médica para amanhã. O corpo de Reginaldo foi enterrado na tarde de ontem. “O inquérito já está andando. Faremos uma visita amanhã ao pessoal que está nos hospitais para fazer o corpo de delito. Já temos a identificação de todos os trêS suspeitos de terem atirado. Estamos apurando se uma quarta pessoa deve ser inserida no inquérito”, disse o delegado, sem informar o nome.

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Riacho de Santana 

Permanece estável o quadro de saúde do menino de 9 anos baleado no peito na noite da última segunda-feira (26) durante briga envolvendo ciganos e quilombolas, que resultou em quatro mortes na cidade de Riacho de Santana, Centro-Sul baiano. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a criança continua internada no Hospital Regional de Guanambi e não há previsão de alta médica.

Além do garoto, o seu tio, o quilombola Roberto da Conceição Cruz também permanece internado na unidade médica, sem previsão de alta, e tem quadro de saúde estável.

O menino e o tio foram baleados após os ciganos Somar Alves de Souza, Dilsonmar Alves de Souza, Marlone Oliveira Silva e Lindomar Castilho irem até a comunidade quilombola onde reside Roberto vingar a morte de Adilsonmar Alves de Souza, morto a facadas em julho deste ano pelo quilombola, com quem teve um desentendimento por conta de uma dívida de R$ 20.

Após balearem Roberto e o sobrinho, os ciganos matarem Ana Rita da Conceição, mãe do quilombola, e Cristiano Conceição da Cruz, irmão de Roberto e pai do menino. Os suspeitos fugiram do local em um veículo não identificado, que foi abandonado pelos suspeitos em seguida. 

De acordo com o titular da 24ª Coordenadoria Regional de Polícia Civil (Coorpin/Bom Jesus da Lapa), delegado Antônio Rosélio Marques, os suspeitos de cometerem o crime ainda estão sendo procurados.