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Conheça a cidade no interior da Bahia famosa por seus dinossauros

Esculturas gigantes de espécies pré-históricas atraem visitantes e transformam o local em referência turística

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 14 de setembro de 2025 às 10:04

Dinossauro em Santa Inês
Dinossauro em Santa Inês Crédito: Reprodução/TV Bahia

No centro-sul da Bahia, Santa Inês, município com cerca de 10 mil habitantes, vem ganhando fama nacional ao ser apelidado de “cidade dos dinossauros”. O título é fruto do projeto Dinovale, da prefeitura, que espalhou pelas praças e ruas réplicas em tamanho real de animais pré-históricos, tornando o cenário urbano um verdadeiro museu a céu aberto.

Entre os gigantes já instalados está o Pycnonemossauro, carnívoro de 8,5 metros que viveu no Centro-Oeste há cerca de 70 milhões de anos, no período Cretáceo. Também chamam atenção o Irritator Challengeri, encontrado na Chapada do Araripe (CE), e o pterossauro Tropeognathus. O acervo inclui ainda uma preguiça-gigante, animal pré-histórico que habitou a Bahia há mais de 11 mil anos e cujos fósseis já foram encontrados em cidades vizinhas como Irajuba, Anagé e Planaltino.

Santa Inês, na Bahia por Divulgação

As esculturas foram concebidas pelo paleoartista Anilson Borges, 40 anos, nascido em Santa Inês. Autodidata, ele começou a esculpir aos 15 anos, aprimorou técnicas ao longo de décadas e hoje utiliza ferro, isopor, resina e fibra de vidro para dar realismo às peças. “Aprendi sozinho a fazer as esculturas. Com o tempo, fui aprimorando a técnica, usando materiais melhores, mais resistentes”, explicou ele ao CORREIO em 2019. Borges também tem trabalhos espalhados em museus de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Ceará.

A maior escultura já produzida por Anilson foi a de um Camarassauro, dinossauro herbívoro quadrúpede que viveu no período Jurássico, na América do Norte. A peça, com 18 metros de comprimento e cerca de 8 metros de altura, levou oito meses para ser concluída com o apoio de três artistas que trabalharam diariamente no ateliê “Criando Dinossauros”. O projeto é resultado de anos de dedicação e da paixão do artista, que começou após assistir ao filme Jurassic Park, em 1994, experiência que o motivou a criar sua primeira escultura no ano seguinte.

O que inicialmente era apenas um hobby ganhou força em 2001, quando Anilson recebeu o convite para realizar sua primeira exposição no antigo Shopping Iguatemi, atual Shopping da Bahia, em Salvador. Na ocasião, apresentou esculturas menores do que as que produz hoje, mas já despertou o interesse do público. A boa recepção fez com que ele passasse a investir na produção de novas peças voltadas ao mercado.

Educacional

Além de embelezar os espaços públicos, o projeto tem objetivos turísticos e pedagógicos. Em cada réplica, há informações sobre a espécie retratada, o período em que viveu e seus hábitos alimentares. “Anilson Borges é um talento que temos na nossa cidade, uma pessoa da terra, seria ignorância da nossa parte não fazer algo que valorizasse as suas obras e ao mesmo tempo estimulasse a nossa economia”, afirmou o então secretário de Cultura, Reubem Alves.

Especialistas ressaltam que a iniciativa também tem relevância científica. A professora Rita Barreto Bittencourt, bióloga da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), lembra que fósseis da preguiça-gigante chegaram a ser usados como utensílios domésticos por moradores de Irajuba, até que pesquisadores explicaram o valor das peças. Para ela, o Dinovale deveria receber incentivos de outras esferas de governo: “Ele é algo inédito, torço para que Santa Inês vire referência no assunto”.

*Com informações do repórter Mário Bittencourt