Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2013 às 08:03
- Atualizado há 2 anos
Jorge Gauthierjorge.souza@redebahia.com.brA dona de casa Maria de Lourdes dos Santos, 58 anos, pagava cerca de R$ 200 de consumo de energia em sua residência no bairro do Uruguai, em Salvador. Ano passado, começou a trocar material reciclável por descontos na conta de luz e reduziu o valor pago para, no máximo, R$ 18. “Sempre que vejo um papelão ou plástico na rua, troco para garantir meu desconto na conta no final do mês”, diz Maria de Lourdes, que consegue o benefício no projeto Vale Luz, da Coelba, empresa do Grupo Neoenergia.O Selo Procel colado em eletrodomésticos, como fogão, geladeira, máquina de lavar, indica quais produtos gastam menos energia elétrica (Foto: Divulgação)A cada quilo de garrafas PET, por exemplo, o desconto é de R$ 0,40. A mesma quantidade de latinhas de alumínio vale R$ 1,20 em descontos na conta. Também são aceitos sacos plásticos, papelão, jornais e revistas. Desde que foi lançado, em 2008, já foram destinados à reciclagem 270 toneladas de resíduos e concedidos quase R$ 60 mil em créditos em contas de energia. As trocas acontecem em caminhões que circulam por 24 comunidades de Salvador, semanalmente.Ana Christina Mascarenhas, assessora de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, explica que o grupo possui uma série de programas de incentivo para o consumidor que pode, inclusive, zerar o pagamento da tarifa.“ Esta possibilidade existe se o cliente for participante do Vale Luz, projeto voltado para moradores de comunidades populares. Ele pode conseguir com a pesagem de material reciclável crédito suficiente para zerar sua fatura”, explica. Pela regulação da Aneel, mesmo os clientes que estão com os imóveis desabitados, mas mantêm contrato com a Coelba, precisam pagar custo de disponibilidade do sistema. Para o monofásico, o mínimo é 30 kWh; para o bifásico, 50 kWh, e trifásico, 100 kWh. A Coelba tem programas de benefícios e descontos para todas as classes de consumidores. Para o cliente residencial, por exemplo, dentro do projeto Energia Verde, é possível fazer a troca de ar-condicionado. Além disso, ocorre a venda de geladeira com bônus (residencial morador de comunidade popular) ou até mesmo doação (ver condições na tabela ao lado). Para cliente comercial, atualmente, também há a troca de ar-condicionado por equipamentos com melhor consumo de energia.“Pela regulação da Aneel, as distribuidoras devem aplicar 0,5% da receita operacional liquida em ações de eficiência energética durante o ano e, no mínimo, 60% desse recurso para consumidores com tarifa social de energia (Lei 12.212 de 2010 ). Assim, 60% dos recursos são destinados a consumidores baixa renda e o restante da verba destinado a consumidores comerciais, poder público, serviço público, residencial e educacional”, explica Ana.O projeto de Energia Verde, atualmente, concede bônus apenas para ar-condicionado. Mas já houve períodos em que os benefícios valiam para televisões e refrigeradores, por exemplo. Segundo a Coelba, haverá uma nova avaliação dos itens que estão incluídos no programa para 2014.Uso RacionalAlém da troca de materiais recicláveis por descontos em bônus na conta de energia, a dona de casa Maria de Lourdes também estabeleceu novos hábitos para diminuir o consumo. “Vivo brigando com meus netos para eles fecharem a porta da geladeira, que eu comprei faz pouco tempo. Troquei pela velha porque ela também gastava muita energia. Com o dinheiro que sobra compro outras coisas para a casa”, conta.Desde que conheceu o programa Vale Luz, dona Maria de Lourdes cata todo material reciclável que encontra pela frente e ganha desconto (Foto: Evandro Veiga/Correio)A aposentada Eva Andrade, que mora no bairro do Saboeiro, em Salvador, tomou providências mais radicais para reduzir o consumo. “Troquei toda a fiação do meu apartamento por cabeamentos novos. Além disso, coloquei sensores de presença em todos os ambientes da casa. Isso fez minha conta sair de R$ 150 para R$ 80”, comemora.Os consumidores, em sua maioria, têm consciência da necessidade do uso racional de energia. “O combate ao desperdício não é racionamento de energia, ou seja, podemos usar os equipamentos que nos dão conforto sem desperdiçar energia. Por exemplo, quero comprar uma geladeira duplex porque é melhor para minha família. Escolho uma com o Selo Procel, que é a mais econômica”, esclarece Ana.(Clique na imagem para ver em tamanho maior)>