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Dengue: apenas 109 municípios baianos têm agentes concursados

Falta de regularização do trabalho dificulta prevenção da dengue

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de março de 2009 às 10:51

 - Atualizado há 2 anos

Dos 417 municípios baianos, apenas 109 estão com os agentes de combate a endemias regularizados legalmente. Os agentes são funcionários da prefeitura contratados por meio de concurso público. A maioria das cidades utiliza profissionais terceirizados, o que faz com que a constância do trabalho oscile ao sabor dos ventos políticos. Alguns dos prefeitos eleitos em 2008 demitiram suas equipes de agentes por conta do vencimento do contrato, o que prejudicou o combate à dengue no estado. “Isto é falta de responsabilidade política com a saúde pública. Sem a ação dos agentes, a sociedade está exposta às epidemias”, alerta a procuradora regional doTrabalho da 5ª Região, Edelamare Melo. Por pressão da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), alguns gestores municipais readmitiram as equipes. FragilidadeAtualmente, 68 municípios já solicitaram à Sesab assessoria para a realização dos concursos públicos. No entanto, a secretaria não sabe informar quantos municípios realizaram as demissões e quais estão semas equipes. “O combate à dengue no estado está fragilizado, por conta dessa compreensão equivocada de alguns gestores municipais de demitirem as equipes”, afirmou ao CORREIO a coordenadora de controle de doenças de transmissão vetorial da Sesab Jesuína Castro, em entrevista publicada no último domingo. Jesuína calcula ainda que cerca de 70 municípios sequer possuem a lei que cria a carreira de agente de combate a endemias como funcionários municipais. Trabalho de agentes é fundamental para prevenção O trabalho dos agentes de combate a endemias é fundamental para o controle da dengue, concordam os especialistas. “Só existe essa forma de controlar a dengue: reduzindo a população do Aedes aegypti”, pontua a epidemiologista e pesquisadora em dengue Glória Teixeira, que é diretora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. “A doença é transmitida pelo vetor, se não existir mosquito, não vai existir dengue”, acrescenta o tecnologista em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Luciano Kalabric Silva. Durante o Verão aumentam os índices de infestação. “Em Salvador, a infestação aumenta no primeiro trimestre do ano”, pontua Silva. Ele explica que as chuvas esparsas do período e o calor da estação contribuem para o desenvolvimento favorável dos ovos do mosquito. “As chuvas de Verão mantêm os criadouros sempre úmidos, e o calor faz com que as larvas amadureçam mais rápido”, explica. O ovo do mosquito Aedes aegypti é capaz de resistir por mais de um ano em um local seco. Assim que encontra a água, os ovos eclodem, se transformando em larvas. Após três a quatro dias as larvas já alcançam a fase adulta de mosquito. No Inverno, as chuvas fortes que costumam atingir o estado terminam por “lavar” os criadouros, eliminando os ovos. “Eu considero, enquanto pesquisadora, que uma infestação acima de 1% já é de alto risco de epidemia”, avalia Gloria Teixeira. O Ministério da Saúde considera entre 1% e 3,8% como risco médio de epidemia. Salvador possui um índice de infestação predial de 3,4%. “O vírus da dengue temuma força muito grande de transmissão”, explica Glória. Os riscos de uma epidemia são ainda maiores quando ocorre um aumento no número de casos. “Como os mosquitos já encontram muita gente infectada, fica mais difícil impedir a circulação do vírus”, pontua a pesquisadora.(Reportagem publicada na edição impressa do CORREIO de 5 de março de 2009)Veja também: