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Dois novos pontos turísticos são interditados na Chapada Diamantina após casos de esquistossomose

Poção, Poço Verde e Banho da Ponte são impróprios para banho; outros atrativos não oferecem risco, diz Secretaria de Turismo de Lençóis

  • Foto do(a) author(a) Amanda Palma
  • Amanda Palma

Publicado em 21 de junho de 2017 às 12:19

 - Atualizado há 2 anos

Dois novos destinos turísticos na Chapada Diamantina foram interditados após os casos de esquistossomose que aconteceram em abril desse ano. A interdição aconteceu no Poço Verde e no local conhecido como Banho da Ponte, às margens da BR-242, no município de Lençóis. O Poção já havia sido fechado pelo proprietário logo após o registro da doença em turistas mineiros.

Segundo a secretária de Turismo da cidade, Lilian Andrade, os três locais fechados estão no leito do Rio Santo Antônio, que estaria contaminado, já que passa por locais onde há população ribeirinha. “Não são atrativos muito visitados. O Poção tinha começado a receber visitas esse ano, e, quando começou a história, o próprio proprietário interditou imediatamente. O Poço Verde e o banho da ponte na BR-242, na ponte sobre o Rio Santo Antônio, são locais populares, onde a própria população local vai”, explicou.

O Poção fica dentro do Complexo Turístico Fazenda Santo Antônio, já os outros locais ficam em espaços abertos. A visitação nesse local tinha começado esse ano, mas logo foi proibida pelo proprietário da fazenda.

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Equipes da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) estiveram no município em maio para coletar amostras em alguns pontos onde poderia haver contaminação. Em seguida, os locais foram interditados e sinalizados como impróprios para banho. De acordo com a secretária de Turismo, os outros atrativos turísticos não oferecem risco aos visitantes, pois não estão no leito do Rio Santo Antônio. O CORREIO procurou a Sesab para obter informações sobre o resultado das amostras, mas não teve resposta até a publicação dessa matéria.

DoençaUma audiência pública foi realizada no município para discutir ações para diminuir os casos. “Estão se intensificando o exame na população. O Ministério da Saúde ampliou a quantidade do remédio, o vermífugo, e passando o São João, vai começar com campanha ambiental, para conscientizar a população”, explicou a secretária de Turismo.

A esquistossomose é geralmente contraída após o contato de fezes humanas infectadas com caramujo que vivem em água doce, que se tornam o hospedeiro do verme. Os ovos do verme se desenvolvem dentro do caramujo e, na água, sobrevivem por 48 horas. Os vermes penetram na pele das pessoas que têm contato com a água e depois se desenvolvem dentro dos vasos sanguíneos.

Grupo de ciclistasEm maio, uma agência de turismo mineira alertou para os casos de turistas contaminados pelo shistosoma quatro meses depois de terem conhecido o Poção, durante o Carnaval. “Esse e-mail da agência que veio com 32 ciclistas, foi o estopim para esse passo. Ele serviu como a própria denúncia para o governo do estado, que faz o controle de zoonoses. Nós, imediatamente, enviamos o e-mail que funcionou como uma denúncia e a Vigilância Sanitária veio fazer a coleta ontem”, explicou a secretária de turismo, na época.

Para alguns era a primeira vez que iam na Chapada Diamantina, como o biomédico mineiro Alexandre Magno Nogueira, 33 anos. Ele também visitou o Poção e tem uma das mais graves manifestações da esquistossomose no grupo de amigos, e agora precisa ser acompanhado por um fisioterapeuta e um neurologista, já que o parasita se instalou na medula. Os primeiros sintomas começaram a parecer no grupo após 30 dias do passeio.

Em entrevista ao CORREIO, o biomédico contou que sentiu fortes dores nas costas e nas pernas, que evoluiu para a dificuldade de andar. No início, ele acreditava que a locomoção estava prejudicada por causa das dores, e só depois percebeu que estava realmente perdendo os movimentos.