Funcionário de dono de pousada morto em Jaguaripe é enterrado em Salvador

Marcel da Silva Vieira, o Bili, uma das mortes cercadas de mistério em Jaguaripe

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  • Bruno Wendel

Publicado em 11 de março de 2022 às 11:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Linda Maria Vieira estava há 22 anos sem ver o filho. Na manhã desta sexta-feira (11), houve o reencontro, mas não do jeito que ambos queriam. "Ele passou a maior parte da vida preso por causa dos crimes que cometeu. Mas recentemente disse que queria ver mãe", contou Silas Coelho, advogado da família de Marcel da Silva Vieira, o Bili, uma das mortes cercadas de mistério em Jaguaripe, região do Recôncavo. Bili foi enterrado na manhã desta sexta-feira (11), no cemitério municipal de Brotas

Ex-presidiário, Bili foi assassinado no dia em que prestaria depoimento no inquérito que apura a morte do patrão dele, o empresário e ex-detento Leandro Silva Troech, encontrado morto no último dia 25 em um dos quartos de sua luxuosa pousada Paraíso Perdido, na Praia dos Garcez." A família dele está muito abalada com o que aconteceu. Ele deixou mulher e dois filhos. Ele era muito amigo de Leandro", contou Silas. 

Bili tinha sido condenado pela Justiça em seis processos por roubo, totalizado 36 anos reclusão. Porém, sua pena foi reduzida para 29 anos e dois meses devido a benefícios, como indultos, e trabalho na unidade prisional. Após 20 anos e três custodiados, ele ganhou a liberdade condicional, deixando o Conjunto Penal de Lauro de Freitas, há cerca de oito meses. Antes disso, ele passou pela Penitenciária Lemos Brito (PLB),  no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde reencontrou o amigo de infância, Leandro, preso no ano passado com a mulher, Shirley Silva Figueredo, por sequestro e extorsão. 

"Quando saiu, ele (Bili) foi acolhido por Leandro e passou a trabalhar na pousada. Ele era um funcionário exemplar e pessoa de confiança de Leandro ", pontuou Silas.  Pelo menos quatro pessoas já foram identificadas no inquérito que apurar a morte de Bolo.  "Na verdade, sou advogado da família de Leandro. Como os dois eram muito amigos desde pequenos, os parentes de Leandro pediram para nós darmos todo o suporte à família do funcionário e amigo morto", disse Silas. 

Ainda de cordo com Silas, Leandro havia ligado para ele minutos antes de ele morrer. "Ligou para um número que deixou para os meus clientes em caso de emergência. Era uma 20h40 quando ligou. Cerca de meia hora depois retornei, mas não atendia. Não era comum ele me ligar naquele horário. O corpo dele estava com uma roupa que ele usada quando ia sair, contou o advogado.

Em seguida, Silas disse que está proibido de dar mais detalhes sobre as investigações dos inquéritos que apuram as mortes de Marcel e de Leandro.