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Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2022 às 05:00
Gentileza urbana é um conceito usado para descrever ações voltadas para melhorar a qualidade de vida e a convivência social numa determinada região. É esta a proposta da Associação Horto Boulevard. Nos próximos anos, um grupo de 15 incorporadoras vai promover uma série de melhorias ao longo de 2,5 quilômetros do Horto Florestal. Para o vice-presidente da associação, Luciano Carneiro, este é o tipo de iniciativa em que todos os envolvidos saem ganhando, poder público, população e os investidores. >
“Este é um projeto que prevê uma série de intervenções nas ruas e calçadas do Horto, além de áreas verdes, onde nós promover uma série de melhorias urbanas para criar um entorno mais amigável, verde e com qualidade de vida para quem mora lá ou frequenta”, contou durante entrevista ao jornalista Donaldson Gomes, no programa Política & Economia, veiculado ontem no Instagram do CORREIO (@correio24horas). >
Está prevista uma nova pavimentação, que deverá favorecer a mobilidade, num trecho da Avenida Santa Luzia, a Rua do Cedro e parte da Rua da Sapucaia. Envolve ainda mobiliário urbano e ações de paisagismo. O grande conceito da intervenção passa pela ideia de incorporar melhorias além dos muros dos empreendimentos. >
“O período de pandemia levou as famílias a buscarem locais para viver que tenham um entorno mais agradável, com mais espaço, tendo contato com a natureza e uma interação social mais próxima”, explica. Segundo ele, é esta reflexão o que levou o grupo de empresas a decidir investir na intervenção urbana. “O setor de incorporação é muito importante porque, além de gerar muitos empregos ainda fomenta uma ocupação de qualidade do espaço urbano, com moradias de qualidade”, acredita. >
Luciano Carneiro destacou a união do grupo de empresas, que conta também com a participação do Almacen Pepe e a Ademi (entidade que representa o setor imobiliário) e o apoio da Prefeitura de Salvador. “O Poder público recebeu o projeto com muito carinho”, disse. “Somos 15 empresas unidas para conceber essa intervenção, desenvolver todo o projeto e planejar a implementação, que será faseada”. >
“Normalmente, a realização de obras em espaços públicos fica à cargo do Poder Público, mas existem locais que são propícios a este tipo de parcerias, desse trabalho de colaboração entre o privado e o público”, lembra. Ele destaca que em Salvador há um histórico de intervenções deste tipo em praças, bairros planejados e em outras áreas. “Aqui nós pensamos em entregar algo não apenas para os nossos clientes, que serão contemplados nos empreendimentos que forem realizados no Horto, mas também para todo o bairro”, aponta. >
Ele lembra que ao longo das últimas décadas a ocupação do Horto se intensificou. “Eu morei lá há muitos anos e lembro que a ocupação era em casas, horizontal. Agora está se verticalizando, mas nós acreditamos que esta verticalização pode se dar de maneira bastante qualificada”, aponta. >
“O processo de verticalização é um processo natural. Os condomínios vêm se sofisticando bastante, principalmente na oferta de estruturas de lazer. Houve um processo para trazer para dentro estruturas de lazer, que funcionam como clubes, investindo em convívio numa área controlada”, analisa. “No caso do Horto, essa intervenção faz todo o sentido. É possível criar condições para que as pessoas saiam dos muros dos condomínios. É possível e preciso que se crie um diálogo entre empresas, com os governos, para que todos tornem o lugar em que todos melhorem o lugar em que nós vivemos”, avalia. >
Segundo Carneiro existe um amadurecimento entre as empresas do mercado imobiliário no sentido de entender que cada uma pode vender os seus produtos separadamente, mas ainda assim trabalhar juntas em busca de soluções para problemas coletivos. “Eu acho que uma solução como esta representa benefícios para os moradores dos empreendimentos, do bairro de maneira geral, mas também para o conjunto da cidade”, afirma. “Parcerias com a Prefeitura são sempre bem vindas, e nós tivemos a oportunidade de contar com todo o apoio possível em Salvador. A Ademi também trabalhou como pôde para ajudar”, lembrou. >
“A transformação logicamente agrega valor para os nossos produtos, então este é o tipo de relação em que todos os envolvidos ganham”, destaca. Para Luciano Carneiro, Salvador já possui um ambiente favorável a estes tipos de iniciativas, mas ele acredita que a definição de uma política de fomento pode trazer grandes benefícios para a cidade. “A gente está investindo em equipamentos que são urbanismo de qualidade, qualifica a cidade e é bom para todos”, aponta.>