Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carol Aquino
Publicado em 1 de março de 2018 às 18:48
- Atualizado há 2 anos
Representantes da aldeia indígena Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, no Sul do estado, vão a Brasília no próximo dia 12 pedir à presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bógea, que seja retirado o pedido de demolição do Monumento em Homenagem à Primeira Missa no Brasil. As esculturas ficam dentro da reserva indígena.>
“Nossa comunidade não aceita de jeito nenhum a demolição. Não vejo como derrubar um monumento que não causa impacto à rodovia, nem impacto ambiental”, opinou o cacique da aldeia Coroa Vermelha e secretário de assuntos indígenas de Cabrália, Zeca Pataxó. Segundo indígenas, monumento atrai turistas para reserva e já virou fonte de sustento (Foto: Reprodução) Para ele, há coisas que merecem mais atenção do Iphan do que a homenagem. “Temos várias coisas tombadas que estão caindo em Cabrália, como a cadeia, o sítio histórico. Ao invés de demolir o que tem, eles deviam reformar o que já está tombado”, protestou.>
[[publicidade]]>
Ameaça O monumento em homenagem à Primeira Missa do Brasil está ameaçado desde o dia 19 de fevereiro, quando uma decisão da Justiça Federal determinou a demolição a pedido do Iphan. O órgão alegou que as esculturas foram construídas sem licença.>
O medo da população indígena é que, com a demolição, diminua o fluxo de turistas na aldeia, já que ele virou um ponto comum de parada de quem visita Cabrália.>
Cerca de quinze famílias sobrevivem do comércio no entorno do ponto turístico, composto por lojinhas de artesanato e restaurantes.>
“Nossa comunidade quase toda vive do turismo ou da pesca. Nós recebemos 4 mil visitantes por dia no Verão. O monumento atrai para o comércio, para o Museu Indígena que tem dentro da aldeia”, explica Zeca Pataxó. Protesto reúne centenas de pataxós próximo ao monumento (Foto: Reprodução/CORREIO) Protesto Na tentativa de sensibilizar as autoridades e suspender a demolição, cerca de mil indígenas da Aldeia Coroa Vermelha fizeram uma manifestação pacífica na manhã desta quinta (1) em Cabrália. O grupo saiu em caminhada da Escola Indígena Pataxó Coroa Vermelha até o monumento. >
Até o momento, a prefeitura de Santa Cruz Cabrália ainda não foi notificada da decisão. Segundo o procurador-geral do Município, Emannuel Ferraz, a gestão pretende recorrer da decisão assim que for notificada.>
Também foi sinalizado que representantes da administração municipal vão acompanhar os indígenas na reunião em Brasília na tentativa de fazer uma conciliação com o Iphan.>