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Da Redação
Publicado em 24 de março de 2023 às 10:59
- Atualizado há 2 anos
A saúde municipal da cidade de Jacobina, no norte da Bahia, tem enfrentando uma série de dificuldades, passando pela falta de médicos para procedimentos essenciais, como plantão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), falta de insumos, além de atraso no pagamento de salários de profissionais na categoria. A gestão municipal alega dificuldade financeira decorrente da falta de repasses dos demais entes federativos para a manutenção dos atendimentos. >
A situação teria se agravado a partir de outubro, após o fim do contrato com a Fundação José Silveira e a chegada do Instituto Vida Forte, organização social que passou a gerir as três principais unidades de saúde pública locais: Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho, Hospital Regional Vicentina Goulart e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).>
Nesta semana, dias 20 e 21, uma fiscalização realizada por equipe do Conselho Regional de Medicina (Cremeb-BA) flagrou uma série de situações, as quais vão ao encontro de denúncias recebidas pela entidade. No Antônio Teixeira Sobrinho, por exemplo, a fiscalização, conforme divulgado no site oficial do Cremed, constatou subutilização da unidade, baixo número de profissionais e escassez de insumos. Dos 48 leitos em funcionamento, apenas sete estavam ocupados, diz o texto. >
“Apenas 15% dos leitos estavam ocupados, com quatro pacientes que aguardavam um médico anestesiologista, sendo três gestantes para fazer cesariana e um paciente esperando uma cirurgia por conta de apendicite”, registra a entidade. >
Os médicos que estavam no regime de plantão nos dias de visita da equipe relataram que a falta de profissionais se deve a atrasos de salários. “Estou sem receber desde dezembro, além de um passivo de 15 dias da outra empresa gestora, que administrava o hospital antes da atual assumir”, contou o plantonista à fiscalização. >
No Hospital Regional Vicentina Goulart, a fiscalização do Cremeb identificou subutilização do espaço físico, apesar da ampla estrutura. Médicos também relataram à fiscalização que profissionais estão sendo escalados para plantões em unidades diferentes ao mesmo tempo. >
A equipe ainda flagrou a falta de médico plantonista na UTI do regional. A unidade, conforme a publicação, possui 10 leitos, dos quais seis estavam ocupados por pacientes com quadro de saúde considerado grave. >
Já na UPA, os problemas identificados foram o déficit de médicos nas escalas, além da falta de climatização nas salas Vermelha e de Observação. Situação estaria ocorrendo há dois meses. >
Ao CORREIO, a assessoria da Prefeitura Municipal de Jacobina reconheceu, sem detalhar, que algumas situações identificadas pelo Cremed estão sendo acompanhadas “para garantir uma resolução definitiva”. >
“Reforçamos que a cidade de Jacobina tem passado por dificuldades financeiras decorrentes dos custos com o atendimento de pacientes de toda a região sem uma contrapartida proporcional por parte dos outros entes federativos beneficiados”, disse. Acrescentou, no entanto, que busca parceria com o governo do Estado. >
Sesab promete reforma No dia 14 de março, durante visita ao município, a secretária estadual da Saúde, Roberta Santana, anunciou que o Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho será reformado e requalificado pelo governo estadual. A visita da secretária foi divulgada no perfil da prefeitura no Instagram. >
Questionada sobre os problemas identificados pela fiscalização do Cremeb, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) não se manifestou. >
Veja na íntegra a nota encaminhada pela assessoria da Prefeitura Municipal de Jacobina: >
“A Prefeitura Municipal de Jacobina, através da Secretaria de Saúde, vem a público informar que conforme visita realizada pelo CREMEB, algumas situações identificadas estão sendo acompanhadas para garantir uma resolução definitiva. Reforçamos que a cidade de Jacobina tem passado por dificuldades financeiras decorrentes dos custos com o atendimento de pacientes de toda a região, sem uma contrapartida proporcional por parte dos outros entes federativos beneficiados. Neste sentido, estamos viabilizando parcerias com o governo do Estado da Bahia para a solução definitiva dos problemas registrados pela referida fiscalização.”>