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Jarê da Chapada Diamantina é tombado pelo Iphan e passa a integrar o Patrimônio Cultural do Brasil

O tombamento reconhece oficialmente a relevância histórica, arquitetônica e simbólica de um dos espaços mais representativos do Jarê

  • Foto do(a) author(a) Alô Alô Bahia
  • Alô Alô Bahia

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 07:44

Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete Serras,
Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete Serras, Crédito: Divulgação

O Terreiro Palácio de Ogum e Caboclo Sete Serras, em Lençóis, na Chapada Diamantina, recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil após decisão do Conselho Consultivo do Iphan, durante a 111ª reunião do órgão, nesta quarta-feira (26).

O tombamento reconhece oficialmente a relevância histórica, arquitetônica e simbólica de um dos espaços mais representativos do Jarê na região das antigas Lavras Diamantinas.

O parecer técnico apresentado ao conselho destaca que o Palácio de Ogum não se limita à estrutura física. Trata-se de um centro que reúne práticas religiosas, modos de vida, memórias coletivas e tradições transmitidas entre gerações.

O documento também ressalta o papel de Pedro de Laura, responsável pela condução da casa e figura essencial para a manutenção dos rituais, cânticos e saberes que caracterizam o Jarê em sua forma tradicional.

O reconhecimento do Iphan também contempla o contexto mais amplo em que o Jarê se desenvolveu. O parecer relaciona o terreiro às dinâmicas sociais do antigo território garimpeiro, às festas de setembro e à tradicional Festa de Senhor dos Passos, que reúne manifestações como marujadas, ternos de reis, filarmônicas e rezas que atravessam décadas nas cidades de Lençóis, Mucugê, Andaraí e Palmeiras.

A decisão do tombamento também leva em conta desafios recentes enfrentados por terreiros da região, como mudanças no tecido urbano e disputas territoriais. O Iphan afirma que a proteção deve abranger não apenas o imóvel, mas o conjunto de práticas que sustenta o Jarê, reforçando a necessidade de políticas voltadas à preservação das expressões afro-indígenas da Chapada.

Para a comunidade local, o reconhecimento institucionaliza o valor de um patrimônio que já era afirmado pela convivência diária: a espiritualidade, os rituais, os gestos e as tradições que integram o Jarê e fazem dele parte essencial da identidade cultural da Chapada Diamantina.