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MP-BA recorre de absolvição de Iuri Sheik após júri popular que inocentou o influenciador

Advogados da família de empresário morto em 2019 também devem recorrer da decisão

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Yan Inácio

  • Maysa Polcri

Publicado em 21 de maio de 2025 às 15:16

Iuri Sheik chegando para o julgamento
Iuri Sheik chegando para o julgamento nesta terça-feira (20) Crédito: Reprodução/TV Bahia

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recorreu, nesta quarta-feira (21), da decisão que absolveu o influenciador Iuri Sheik da acusação de assassinar o empresário William Oliveira em 2019. O veredito foi proferido após um julgamento por júri popular que durou mais de 10 horas no Fórum de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano. Durante o julgamento, Sheik afirmou ter agido em legítima defesa.

De acordo com o MP-BA, o recurso foi apresentado porque o resultado do julgamento “não corresponde às provas dos autos”. Vale lembrar que os sete jurados votaram a favor da absolvição de Sheik. Os advogados da família da vítima informaram que vão recorrer da decisão.

Como foi o jurí popular?

O julgamento teve início às 8 horas da manhã desta terça-feira (20). A decisão foi proferida por volta das 19 horas. "Iuri é, além de tudo, um ser humano, um homem como qualquer outra pessoa que, no momento de medo, só buscou se defender. A gente tinha certeza que a justiça seria feita. A defesa foi a legítima defesa, o artigo 25 do Código Penal", disse o advogado do influenciador em coletiva de imprensa.

O influenciador relatou que atirou contra o empresário duas vezes. "Eu não atirei nas costas dele. Dei o primeiro disparo, que pegou nele e ele girou. Quando ele girou, pode ser que o segundo tenha sido [nas costas]", disse Iuri Sheik. O réu afirmou que era perseguido por William por conta de ciúmes envolvendo uma ex-companheira da vítima. Todos os sete jurados votaram a favor da absolvição.

Em entrevista à imprensa antes do início da sessão, o influenciador negou ter sido responsável pela morte de William Oliveira - que na época tinha 27 anos e era empresário da banda Black Style. "Eu não matei ninguém, no momento certo você vai saber da verdade. [...] Sou cara homem, vim encarar a realidade", falou durante a tarde. Iuri Sheik disse que a arma era do empresário. Ele entrou no Fórum de Santo Antônio de Jesus sob gritos de "assassino". Sheik não quis se manifestar após a decisão do júri.

O advogado Vivaldo Amaral, que representa a família de William Oliveira, criticou a decisão do júri e disse que vai recorrer da decisão. "Entendemos que os jurados não souberam votar. Eram jurados novos, atuando no tribunal pela primeira vez. Acreditamos que eles se confundiram no momento da resposta. Vamos recorrer e, com certeza, daqui a alguns meses, estaremos aqui, mais uma vez, fazendo o júri", afirmou em entrevista à Record Bahia.

Histórico judicial

A 1ª Vara Criminal da Comarca de Santo Antônio de Jesus já havia decidido em outubro de 2022 que o réu iria a júri popular, mas os advogados de Sheik recorreram da decisão. Em fevereiro deste ano, a solicitação foi negada pelo desembargador e relator do processo Eserval Rocha, que determinou a realização do júri. Esse tipo de tribunal é acionado em casos de crimes dolosos contra a vida, como homicídios e feminicídios.

A denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) aponta que Sheik matou o ex-sócio da Black Style durante uma briga em uma festa de paredão, no São João de 2019. Segundo o ministério, o crime teve motivo fútil: Will teria se recusado a cumprimentar Sheik, que se irritou. O influencer teve habeas corpus concedido em 2020.

Em junho de 2019, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou que Iuri Sheik confessou ter atirado na vítima, depois que William Oliveira proferiu xingamentos quando Sheik tentou cumprimentá-lo na festa. Após ser baleado duas vezes no peito, William foi socorrido e foi internado. Ele morreu três dias depois. Ele deixou três filhas que tinham, na época, 13 e 11 anos, além de uma recém-nascida de 40 dias.