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Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 12:03
- Atualizado há 2 anos
Polícia investiga morte de professor da Ufba (Foto: Reprodução)O professor aposentado do curso de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Marcus Vinicius de Oliveira Silva, 57 anos, foi assassinado na noite desta quinta-feira (4) no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe, no Recôncavo baiano. A vítima, conhecida como Marcus Matraga, foi sequestrada por dois homens armados em casa e levado até uma estrada do povoado onde foi morto com um tiro na cabeça. A polícia do município investiga o crime e a hipótese de emboscada.>
De acordo com o investigador Marcos Pinto, da delegacia de Jaguaripe, dois homens foram até a casa do professor, por volta das 19h, e disseram que uma amiga dele passava mal. Um dos suspeitos se identificou como neto da mulher. Ao sair de casa para prestar socorro à amiga, o professor foi rendido e levado de carro até uma estrada de terra do povoado. Lá, ele foi executado com um tiro na cabeça. Os criminosos fugiram em seguida.>
"Pelas investigações, concluímos que ele era uma pessoa muito querida. Mas estamos ouvindo testemunhas para apurar se havia algum tipo de conflito envolvendo o professor", disse o investigador ao CORREIO.>
Marcus Vinicius nasceu em Minas Gerais e tinha mestrado em Saúde Pública pela Ufba e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Ilka Bichara, professora do Instituto de Psicologia da Ufba, o professor foi um dos pioneiros na luta pela reforma antimanicomial e criação dos Centros de Atenção Psicossocial, os Caps."Ele era muito engajado nas políticas públicas de saúde. Foi uma pessoa muito importante dentro e fora do Instituto de Psicologia", lamentou a diretora.>
O corpo do professor foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Valença e deve ser levado para Sete Lagoas (MG), onde mora a família, para ser cremado. Alunos e colegas lamentaram nas redes sociais a morte do professor, que, nos últimos anos, mediava conflitos de terra entre indígenas e fazendeiros.>
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, onde Marcus Vinicius foi diretor durante uma década e esteve responsável pela Comissão Nacional de Direitos Humanos, lamentou a morte. "[Ele] foi uma grande liderança na construção de uma profissão comprometida com a justiça e a igualdade e da sua democratização. Foi também um dos grandes militantes da Luta Antimanicomial no país".>