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Yan Inácio
Publicado em 21 de maio de 2025 às 05:00
O presidente Lula da Silva, assinou, nesta segunda-feira, (19), um decreto que regulamenta a Nova Política de Educação a Distância (EaD). Entre outras mudanças, a lei proíbe cursos 100% a distância e determina que as graduações em Direito, Medicina, Enfermagem, Odontologia e Psicologia só poderão ser ofertadas no formato presencial. >
Nos formatos à distância, pelo menos 20% da carga horária deverá ser cumprida presencialmente ou por atividades assíncronas. As provas devem ser presenciais. O decreto também cria uma nova modalidade: a semipresencial. Entram na categoria os cursos que tiverem obrigatoriamente, além da parte on-line, atividades presenciais físicas, como estágio, extensão ou práticas laboratoriais.>
Estudantes já matriculados em cursos EaD poderão concluí-los no formato previsto a partir do ato da matrícula, estão previstos dois anos para que as instituições se adaptem à nova medida. >
A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) considera que o novo marco regulatório traz avanços importantes na busca por qualidade, mas aponta que as novas regras podem gerar a exclusão de milhares de estudantes e o aumento significativo nos custos operacionais das instituições.>
O Mapa do Ensino Superior do Brasil mostra que em 2023, 203.106 pessoas estavam matriculadas em cursos de EaD na Bahia, o número é 11% maior que o do ano anterior, o que demonstra a tendência de crescimento das instituições que oferecem cursos à distância no estado. >
Entre os cursos apontados como mais procurados na modalidade estão Pedagogia, Administração e Enfermagem, com 72.794 matriculados. Janguiê Diniz, diretor presidente da ABMES, aponta que as mudanças podem emperrar o ensino não só na Bahia, mas em diversas cidades brasileiras.>
“Mais de 2 mil municípios deixarão de contar com cursos superiores por conta das novas exigências. Isso significa excluir populações inteiras da chance de estudar e melhorar de vida por meio da educação”, alerta >
Para ele, a interiorização da educação é um dos pontos fortes do EaD e retirar essa possibilidade de milhares de estudantes em pequenas cidades do Brasil pode “ampliar desigualdades regionais e comprometer a formação de profissionais essenciais para o desenvolvimento local”.>
Além disso, o texto estabelece algumas outras mudanças. Nenhum curso poderá ser 100% a distância. Nos formatos à distância, pelo menos 20% da carga horária deverá ser cumprida presencialmente ou por atividades assíncronas. As provas devem ser presenciais.>
O decreto cria uma nova modalidade: a semipresencial. Entram na categoria os cursos que tiverem obrigatoriamente, além da parte on-line, atividades presenciais físicas, como estágio, extensão ou práticas laboratoriais.>
Os polos de EAD, que são espaços oferecidos pelas universidades fora do campus principal, precisarão seguir determinados critérios técnicos, com uma estrutura mínima oferecida aos estudantes (em termos de tecnologia e de disponibilidade de laboratórios, por exemplo).>