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Saiba por que baianos têm a terceira menor renda do país; veja ranking

Com média de R$ 2.140, estado só fica à frente de Maranhão e Ceará

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 26 de dezembro de 2025 às 05:00

Dinheiro
Baianos estão entre os brasileiros com as menores remunerações do país Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Uma publicação recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o rendimento médio de todos os trabalhos, na Bahia, é o terceiro pior do Brasil. Em outros termos, isso indica que os baianos estão entre os brasileiros com as menores remunerações do país. No ranking de estados, a Bahia tem rendimento médio de R$ 2.140, sendo que, no Distrito Federal, a média da renda da população empregada formalmente e que ainda tem trabalhos extras chega a R$ 5.037.

Os dados do IBGE são da Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2025, obra publicada pela entidade no início do mês de dezembro. Segundo o estudo, somente Maranhão e Ceará têm o rendimento médio de todos os trabalhos pior do que o da Bahia, calculados em R$ 2.051 e R$ 2.053, respectivamente.

A baixa remuneração também é uma realidade quando levado em conta apenas a média salarial do emprego principal. No estado, os baianos que estão empregados formalmente recebem, em média, salário estimado em R$ 2.086, o quarto menor do Brasil, atrás apenas de Maranhão (R$ 1.994), Ceará (R$ 2.014) e Piauí (R$ 2.084).

Maranhão - R$ 2.051 por

Foi por conta do salário que a comunicadora Madalena Albuquerque, 24 anos, precisou encontrar um segundo trabalho para além do emprego principal, onde ganhava pouco menos de R$ 2 mil. “Eu vivia com o mínimo. Acabei precisando conciliar com um segundo trabalho, porque o valor que ganhava era apenas o suficiente para custear as minhas despesas de sobrevivência e eu mal conseguia viver experiências culturais e sociais em Salvador”, diz.

Com a atual renda média mensal de R$ 2,9 mil, a comunicadora tem percebido uma mudança positiva na vida que leva, mas ainda acredita que a quantia é insuficiente para ter uma vida confortável, mesmo ciente de que a soma dos salários é maior que a média. “Apesar disso, os custos de moradia e alimentação estão cada vez mais altos. Entendo, no entanto, que já é uma evolução muito grande comparado à quando comecei, então continuo empenhada em crescer mais para ter condições de fazer viagens e outros investimentos em educação e cultura”, acrescenta.

Por que os baianos ganham pouco?

Para Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE, o rendimento baixo e a consequente má remuneração se devem à estrutura econômica sustentada pelo estado. “As atividades que empregam mais são atividades que pagam menos, principalmente aquelas do terceiro setor, que são os serviços e o comércio. Quase 70% das pessoas ocupadas no estado estão nesse terceiro setor, que tende a ter remunerações mais baixas do que a indústria”, analisa.

O grau de especialização das atividades exercidas também contribui para uma baixa remuneração. Isso porque, de acordo com Mariana Viveiros, parte significativa dos baianos não se especializam em suas áreas, o que favorece a adesão a vagas que exigem menores qualificações. Além disso, a alta informalidade e a alta procura por emprego regula o mercado a oferecer menos diante da alta demanda.

Em Salvador, há maior dificuldade no preenchimento de vagas para postos de trabalho com qualificação específica ou experiência técnica, o que tem levado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec) a desenvolver projetos específicos para tentar solucionar o problema.

“Ações da Semdec têm focado em capacitações direcionada, parcerias com o setor produtivo e programas que aproximam trabalhadores das demandas reais do mercado. O desafio da renda é estrutural e não se resolve apenas com geração de vagas, mas com políticas contínuas de desenvolvimento econômico, inclusão produtiva e elevação da qualidade do emprego”, defende Cristiane Moura, diretora de Trabalho e Qualificação da pasta.

Uma das iniciativas da Semdec, junto ao Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra (SIMM), é o Treinar para Empregar, um programa de capacitação que desenvolve trilhas de aprendizagem voltadas às vagas intermediadas pela pasta. A preparação oferecida pelo programa tem duração de 192h e ocorre na modalidade presencial.

Os interessados podem acompanhar a página @semdecsimmsalvador no Instagram ou obter informações no site de agendamento da Semdec. A iniciativa dá direito a certificado e custeia o transporte para as aulas, que são gratuitas.

Tags:

Trabalho Economia Mercado de Trabalho