Saiba qual é o maior alvo das tentativas de fraude e como se proteger

Entre janeiro e março deste ano, a Bahia registrou a marca de 2.045 tentativas de fraudes por dia, de acordo com dados do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian. A maioria dos golpes ocorreu no ambiente digital e envolveu bancos e cartões de crédito (54%), revelando uma tendência de criminosos que buscam extorquir altos valores a partir de roubo de dados e mensagens enganosas.

Segundo Tamiride Monteiro, advogada especialista em Direito e Cibercrime, os alvos desses criminosos mudam de acordo com o crime praticado. “No comércio digital, que é a principal motivação dos crimes porque incluem ganhos financeiros, as principais vítimas são pessoas com uma educação digital deficitária. As pessoas com deficiência e em vulnerabilidade econômica são particularmente afetadas, como idosos com pouca familiaridade com a tecnologia”, aponta.

Uma das armadilhas praticadas contra esses grupos é o phishing. Essa prática criminosa acontece da seguinte maneira: Os criminosos enviam mensagens falsas que parecem legítimas, como e-mails de bancos ou redes sociais, solicitando informações pessoais ou pedindo para clicar em links.

Ao clicar, as vítimas são direcionadas para sites falsos que imitam sites legítimos, e são solicitadas a inserir informações confidenciais. Em outras ocasiões, também podem ser são infectadas com malware, tendo os dados roubados.

As empresas, por sua vez, são alvo de uma prática conhecida como ransomware. Ela funciona através de cliques em links maliciosos, anexos, sites falsos ou em sistemas vulneráveis.

Uma vez no dispositivo, o ransomware pode criptografar arquivos, pastas ou até mesmo bloquear o acesso ao dispositivo inteiro. Para completar o golpe, a vítima recebe uma mensagem informando sobre o ataque e exigindo o pagamento de um resgate para recuperar o acesso aos dados ou ao sistema.

Um decreto presidencial, publicado na última quarta-feira (6) pelo Planalto, instituiu a Estratégia Nacional de Cibersegurança e contou com um artigo que menciona uma maior vulnerabilidade de crianças e adolescentes, pessoas idosas e pessoas neurodivergentes a crimes cibernéticos.

Para Walter Capanema, advogado especialista em Direito Digital, são essas pessoas as mais prováveis de sofrerem com fraude. “Elas constituem um grupo extremamente vulnerável, tendo em vista a maior facilidade de convencimento e menor naturalidade de uso com tecnologias”, pontua.

Vale a pena ressaltar que, apesar da maior vulnerabilidade desses grupos sociais, pessoas que não se encaixam nesse perfil também podem cair em fraudes virtuais. Para se proteger desses casos, Capanema recomenda um senso aguçado de desconfiança.

“[É preciso] desconfiar sempre, especialmente de contatos e links inesperados e de promoções fora do comum. Nunca efetue uma compra no impulso”, aconselha.

Já Tamiride Monteiro orienta que haja investimento em educação do consumidor e a adoção de tecnologias, como uso de criptografia, acesso apenas a sites confiáveis que tenham protocolo HTTPS (s) de segurança.

“[É bom ficar atento a] empresas que utilizam e-mails sem registro de domínio e evitar pagamento de Pix sem confirmar de fato o nome do destinatário. Evite compartilhar seus dados em rede pública, bem como utilizar rede de wi-fi pública”, completa.