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Giuliana Mancini
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 13:00
Muito antes de se tornar um dos melhores jogadores do mundo, Cristiano Ronaldo era ajudado um grupo de desconhecidas. Longe da família, com fome e sem dinheiro, o jovem atleta recorria a uma unidade do McDonald's, perto de onde treinava na base do Sporting, onde três funcionárias lhe davam hambúrgueres que sobravam. Entre elas, estava Paula Leça.>
"Eles apareciam na frente do quiosque, como quem não quer nada, e quando sobravam hambúrgueres, a nossa gerente autorizava a gente a oferecer. Um deles era o Cristiano Ronaldo, que por acaso era o mais tímido. Isso acontecia quase todas as noites da semana", disse, em entrevista à Rádio Renascença (RR).>
Paula Leça dava hambúrgueres a Cristiano Ronaldo
Paula Leça foi trabalhar no McDonald's perto do Estádio José Alvalade, a casa do Sporting, quando tinha 16 anos. Era um trabalho em meio período, e ela nem imaginava que iria se tornar uma figura tão importante na vida de alguém.>
Em conversa com o jornal português Diário de Notícias, a ex-funcionária da rede de fast food falou sobre o "orgulho" que tem no "menino Ronaldo". Ela disse que lembrava da história, mas nunca tinha a contado para alguém fora de sua família. Por isso, ouvir o próprio CR7 revelar o episódio do passado de forma pública lhe rendeu "sorrisos em uma viagem no tempo".>
"As pessoas perguntam-me agora porque não disse nada, mas não me cabia a mim contar. Só a família sabia. Contei ao meu filho, que achava que era mentira, porque a mãe dele nunca na vida poderia ter dado um hambúrguer ao Cristiano Ronaldo. Para ele, Ronaldo é o melhor do mundo e é difícil imaginar que já foi um jovem como ele. O meu marido também já sabia, foi algumas vezes buscar-me lá à noite e também viu", contou.>
Edna dava hambúrgueres pra CR7
Segundo Paula, Cristiano Ronaldo e os amigos apareciam por volta das 23h, que era o horário do fechamento do restaurante. "Eles apareciam na frente do quiosque, como quem não quer nada, e quando sobravam hambúrgueres, a nossa gerente autorizava a gente a oferecer. Um deles era o Cristiano Ronaldo, que por acaso era o mais tímido. Isso acontecia quase todas as noites da semana", falou.>
A portuguesa disse que não se sente "a melhor pessoa do mundo por ter dado comida que ia para o lixo". Ela não trabalha mais para o McDonald's - em 2019, estava na FNAC -, mas não esquece o "menino tímido", que preferia não pedir os hambúrgueres e esperar que lhe dessem - e que hoje "é o melhor do mundo".>
"Nós demos comida a ele sem interesse ou imaginar o bem que estávamos fazendo, mas ele não esqueceu mesmo depois de chegar ao topo do mundo. Estou sem palavras para o reconhecimento dele, é realmente o campeão da humildade. Será que ele tem noção do poder que tem? Ele leva alegria a milhares de crianças, e eu já fico feliz só de pensar na felicidade que ele pode dar ao meu filho", elogiou.>
Em uma entrevista à televisão britânica ITV, o jogador português relembrou a história de forma emocionada. "Quando era miúdo, com uns 12 anos, não tínhamos dinheiro. E vivíamos juntamente com outros jovens jogadores provenientes de outras zonas do país. Era um período complicado, sem a família por perto. Tínhamos fome e havia um McDonald's por perto. Pedíamos os hambúrgueres que sobravam e uma senhora chamada Edna, mais outras duas raparigas, davam aquilo que sobrava", falou.>
Paula Leça disse não ter mais contato com as outras funcionárias, incluindo Edna, que ajudavam o astro. "No McDonald's, era um entra e sai enorme e não existiam celulares nem Facebook (risos), mas soube que o McDonald's já emitiu um comunicado confirmando que vai verificar os registros e tentar localizar as funcionárias. O Ronaldo falou em três, mas éramos mais. Sempre tínhamos três pessoas - dois funcionários e um gerente -, mas os horários mudavam, então havia mais gente envolvida".>