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Salvador tem 330 pacientes aguardando leitos em hospitais estaduais, diz secretaria

Durante a campanha eleitoral, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu zerar fila da regulação no estado

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Elaine Sanoli

  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 10:00

Catamarã bate em barco de pesca e 100 passageiros ficam à deriva
Ambulâncias do Samu e dos bombeiros  Crédito: Divulgação CBMB

Em Salvador, 330 pacientes aguardam vaga em hospitais pelo sistema da Central Estadual de Regulação, enquanto permanecem nas unidades de urgência municipais.

Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ao CORREIO.

No ano passado, em maio, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que, sem a atuação da gestão municipal, a situação da saúde pública na Bahia estaria em condições ainda mais críticas.

“Imagine se não houvesse essas UPAs. As UPAs de Salvador tiveram a capacidade de tirar as pessoas que viviam nas portas dos hospitais, do HGE (Hospital Geral do Estado), do Roberto Santos. Muitas deitadas em macas, nos corredores, à espera do atendimento. Isso não é discurso, isso é uma constatação, uma realidade. Essas pessoas, se não fossem as nossas UPAs, não iriam ficar em casa, porque elas precisam do atendimento, estariam nas portas dos hospitais”, declarou Bruno Reis.

Durante a campanha eleitoral, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) prometeu que iria zerar a fila da regulação no estado.

“Eu vou zerar a fila da regulação. Vou trabalhar para zerar a fila da regulação. O que meu programa de governo estabelece é a gente ter uma oferta por todos os territórios da Bahia de profissionais e serviços da saúde, com equipamentos de qualidade”, declarou o então candidato do PT ao governo da Bahia, no dia 5 de junho de 2022, durante sabatina promovida pela rádio Metrópole.

No mês passado, no entanto, Jerônimo mudou o discurso e afirmou que não teria como acabar com a fila da regulação. “Vai ter regulação sempre. Vai ter fila sempre. Mas o que eu quero dizer é que estamos construindo uma estrutura de saúde que as pessoas não vão ficar meses aguardando, dias aguardando, seja na ortopédica, seja no coração”, afirmou ele, no dia 13 de agosto, em entrevista coletiva na cidade baiana de Guanambi.

À espera

Mesmo com fortes dores e dificuldade até mesmo para se alimentar, o lavrador Alaelson dos Santos Campos, de 38 anos, precisou esperar mais de uma semana para conseguir uma vaga na fila da regulação. Ele ficou durante todo esse período internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jacobina, no centro-norte da Bahia, aguardando a transferência via sistema de regulação.

O mecanismo, que deveria garantir o acesso rápido e justo a leitos hospitalares estaduais e tratamentos especializados, acabou se transformando em fonte de angústia para muitas famílias no estado.

O drama da família do lavrador começou no dia 8 de setembro. Naquele dia, após sofrer queda, Alaelson precisou de atendimento médico e foi internado na UPA. A esposa, Arilma Rosa de Souza, 38 anos, conta que ele estava correndo e, por conta de uma patologia nos joelhos, caiu e teve ao menos oito fraturas.

Na unidade, Alaelson dos Santos chegou a realizar uma tomografia computadorizada (TC) da face, que indicou uma concentração das lesões nos ossos zigomático e nasal, e na parede da órbita, do lado direito. O relatório de Alaelson apontou a necessidade de uma cirurgia para redução e fixação do trauma facial.

“(Nos informaram) que, no momento, não (estavam) encontrando vaga para um profissional bucomaxilofacial”, explicou Arilma, em entrevista à reportagem.

De acordo com ela, o marido sofreu com dores na região lesionada, que se estenderam para a cabeça. Além disso, enfrentou dificuldade para a ingestão de alimentos, o que comprometeu suas refeições.

Arilma Rosa relatou que ficou o lavrador já estava “impaciente com a demora da regulação”. “Na verdade, é um descaso deixar um ser humano esperando tanto tempo por atendimento”, desabafou.

Nesta terça-feira (16), Alaelson teve a regulação concedida após a reportagem ser publicada no correio24horas. Segundo os familiares, ele foi encaminhado para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, onde vai passar por uma nova tomografia e avaliação com um neurologista antes que a cirurgia possa ser efetuada.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que é responsável pela regulação dos pacientes, foi procurada pelo CORREIO, em busca de informações sobre o caso do paciente, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.