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Elaine Sanoli
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 06:30
No caminho até o Chile, o estudante catuense Yuri Henrique da Silva tem encontrado barreiras para representar o Brasil em uma feira de ciência. Após receber a recusa da Secretaria de Educação da Bahia (SEC), o aluno e sua orientadora decidiram iniciar uma vaquinha, por conta própria, para tentar custear a viagem e apresentar o projeto no país vizinho.>
Yuri cursa o 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual de Tempo Integral de Catu, no Litoral Norte e Agreste Baiano. Ele foi selecionado para apresentar o trabalho “Sons e silhuetas: a representação da figura feminina na música popular brasileira” na Expo Ciências Nacional Chile 2025, que será realizada entre os dias 25 e 28 de novembro, na Universidade Central do Chile, em Santiago. O projeto propõe uma reflexão sobre como as mulheres são representadas na música, frequentemente sexualizadas e objetificadas. “O nosso objetivo é fazer com que o jovem desenvolva senso crítico, que antes de ouvir ele pare para prestar atenção [nas letras]”, explicou.>
Estudante de Catu é selecionado para participar de feira de ciência no Chile
Ao CORREIO, Yuri relatou que chegou a procurar a secretaria desde o mês de agosto para tentar obter auxílio para custear a viagem, mas o pedido foi recusado, mesmo após, segundo ele, um assessor e a própria dirigente da pasta manifestarem apoio ao projeto. “Eu me senti logicamente muito triste, mas não foi uma surpresa tão grande. Eu diria que foi algo natural”, declarou. De acordo com o jovem, uma colega também foi aprovada para levar outro projeto para uma feira na Inglaterra, mas, por não dispor de recursos suficientes, não conseguiu participar do evento, que ocorreu no mês de outubro.>
O estudante afirmou que, após o envio da documentação, a vice-diretora do colégio, responsável pela solicitação, recebeu um e-mail informando que havia erro nos documentos enviados e que seria necessário entrar com recurso em até 48 horas. “A gente imprimiu esse documento e a carta de aceite da feira, que também tinha apresentado um problema, e enviamos. Quando mandamos, eles responderam dizendo que não dava para entrar com recurso, mesmo dentro das 48 horas”, explicou. O pedido foi negado na última quarta-feira (29).>
O CORREIO entrou em contato com a SEC para questionar o motivo da recusa, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.>
Sem o apoio do Estado e com o prazo curto, Yuri e sua orientadora, a professora Jacira Maria Veloso dos Santos, decidiram abrir uma vaquinha online no dia seguinte para levantar parte do valor destinado a despesas básicas com hospedagem e alimentação. A meta é arrecadar R$ 6 mil, o que corresponde a cerca de 60% do custo total estimado para a viagem dos dois. O restante deverá ser pago com recursos próprios para cobrir o valor das passagens até o local do evento.>
Até a noite desta terça-feira (4), a vaquinha havia atingido 64% da meta, o equivalente a R$ 3,8 mil. “É óbvio que precisamos conseguir mais, ainda não está garantido, mas só de ver a união do pessoal de Catu e a possibilidade de ir, mesmo correndo contra o tempo e sendo muito difícil, é gratificante”, afirmou o estudante.>
Para apoiar a campanha, interessados podem fazer uma transferência via Pix para a chave 5787283@vakinha.com.br. Informações oficiais sobre a arrecadação estão disponíveis na página da campanha na plataforma Vakinha.>