Tartaruga marinha tem casco partido ao meio por embarcação na Bahia

Animal foi encontrado na areia da praia do Cururupe

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 7 de fevereiro de 2020 às 17:22

- Atualizado há um ano

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Uma tartaruga marinha da espécie Oliva teve o casco partido ao meio ao se chocar com uma embarcação no litoral de Ilhéus, no sul da Bahia, onde a presença de animais desse tipo é constante no verão, por ser um período de desova.

O animal foi encontrado já morto na quarta-feira (5), na areia da praia do Cururupe, uma das mais frequentadas do litoral sul de Ilhéus, segundo informou o projeto A-mar, que atua na região na proteção de tartarugas marinhas. Foto: Divulgação/Projeto A-mar Segundo Welington Laudano, veterinário da A-mar, já ocorreram 16 casos de encalhe de tartarugas marinhas (das espécies Verde e Oliva) este ano, deixando todas elas mortas. A que foi encontrada na quinta-feira era uma fêmea subadulta e tinha cerca de 90 cm.

No mês passado, também em Ilhéus, na praia de Barramares, voluntários do projeto encontraram um golfinho morto – era uma fêmea de 3 metros, cujo motivo da morte ainda não se sabe. Foto: Divulgação/Projeto A-mar Neste ano, a A-mar encontrou também duas aves marinhas mortas nas praias do litoral sul. Em 2019 foram 213 animais encalhados encontrados pelo projeto, que atua com voluntários na região sul da Bahia. Além disso, o projeto resgatou três tartarugas marinhas e duas aves marinhas com vida, que foram devolvidas ao meio ambiente.

De acordo com o veterinário Welington Laudano, as principais causas dos encalhes são as redes de arrasto que são colocadas por pescadores na área de pré-mar, uma faixa intermediária situada entre a maré alta e a baixa. A pesca de arrasto nessa área é proibida.

“Esses locais, por terem muitos camarões, são onde as tartarugas mais são encontradas, pois elas buscam estes animais para se alimentar, aí ficam presas nas redes de pesca e acabam morrendo, porque elas têm respiração pulmonar”, disse.

Laudano explicou ainda que, quando ocorre de as tartarugas ficarem presas, muitas vezes elas estão em apneia (quando prendem a respiração debaixo d'água) e os pescadores acham que estão mortas.

“Assim, alguns usam objetos perfuradores no casco ou no plastão [barriga da tartaruga]. Depois eles veem que ela está viva e as jogam ao mar. Por isso vemos muitas que chegam à costa com grandes ferimentos”, afirmou ele, que explica que nesta fase os animais parecem estar desmaiados.