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Vista cansada? Óculos de farmácia melhoram visão, mas podem mascarar doenças

Especialistas apontam que o produto não deve substituir a visita a um profissional da oftalmologia

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 05:00

Óculos de leitura
Óculos de leitura Crédito: Reprodução

Não é incomum encontrar, em prateleiras e mostruários de farmácias, óculos de grau com a proposta de facilitar a leitura. Entre as muitas vantagens, o produto agrega a praticidade de comprar um óculos sem a necessidade de receita médica, com baixo custo, por se tratar de lentes e armações bastante simples. Apesar de ser útil em momentos de aperto, especialistas alertam para cuidados com o uso prolongado.

Os benefícios dos óculos de farmácia, também conhecidos como óculos de leitura, são listados pelo médico César Sampaio, coordenador de oftalmologia do Hospital Mater Dei Salvador. De acordo com o especialista, as maiores vantagens são para pessoas afetadas pela presbiopia, um problema ocular que atinge, normalmente, indivíduos acima de 40 anos em decorrência do envelhecimento. Com o avançar da idade, o olho humano perde flexibilidade do cristalino, o que prejudica a capacidade de foco a curtas distâncias, dando origem à famosa "vista cansada".

Óculos de leitura por Reprodução

"No caso de um presbita, ele encontra um óculos de farmácia que resolve o problema de imediato, enquanto vai ao oftalmologista para fazer os óculos que corrigem de forma mais adequada e precisa. Mas, até lá, ele vai precisar dos óculos mesmo para marcar consulta, ler o celular ou realizar qualquer atividade que dependa de boa visão para perto", aponta o médico.

A visão é endossada pelo médico oftalmologista do Itaigara Memorial, Rodrigo Dahia. "Na realidade, tais óculos funcionam de forma muito semelhante a lupas, com a praticidade de se usar no rosto. Trazem foco para perto e aumentam o tamanho da imagem, facilitando a leitura", acrescenta.

Não é comum que os óculos de leitura tenham efeitos colaterais a curto prazo. Sampaio explica que, por via de regra, esses tipos de óculos corrigem apenas a parte esférica da refração, geralmente a positiva, que corresponde à hipermetropia ou à presbiopia. A parte cilíndrica da refração, por sua vez, não é corrigida, o que caracteriza o astigmatismo.

Dahia alerta que os óculos encontrados em farmácias não devem ser utilizados a longo prazo, por não possuírem todas essas características adequadas e específicas para cada visão, além de mascararem problemas maiores. Embora sirvam como um "quebra-galho" provisório, eles não substituem a visita a um oftalmologista para a confecção de óculos corretivos detalhados. "O maior problema é quando pacientes usam rotineiramente esse 'auxílio' e deixam de procurar o oftalmologista para consultas regulares. É nessas consultas, especialmente para pacientes acima de 40 anos, que identificamos doenças potencialmente graves e assintomáticas, como o glaucoma", alerta.

"A pessoa está numa situação ruim, e ao usar aqueles óculos que prometem melhorar a visão, pode achar que resolveu o problema. Mas não resolveu. Por trás disso, pode haver um glaucoma ou uma retinopatia diabética sem diagnóstico e sem tratamento. Os óculos apenas prolongam os sintomas, e a pessoa só perceberá a doença em uma fase mais avançada, quando já poderia ter sido tratada antes", concorda Sampaio. "Assim que passar essa situação emergencial, a pessoa deve procurar o oftalmologista para realizar a correção adequada da miopia, da hipermetropia e do astigmatismo. Soma-se a isso o uso da correção da presbiopia", reforça.

Tags:

Saúde Visão