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Você toma muito remédio para dor? Veja os riscos para a saúde

Médicos explicam quais os problemas causados por uso abusivo de medicamentos

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 05:30

Remédios
Remédios Crédito: Reprodução

Gastrite, úlcera, insuficiência renal e danos no fígado. Esses são alguns dos muitos problemas que podem ser causados pelo uso abusivo de remédios para dor, os analgésicos. Mais de 215 milhões de doses de dipirona, um dos medicamentos desse tipo mais vendidos no Brasil, foram vendidas em apenas um ano. É como se todos os brasileiro tivessem comprado ao menos um remédio durante 365 dias. 

Apesar de serem vendidos livremente em farmácias, sem necessidade de receita médica, os analgésicos podem causar danos graves à saúde. É o que explica o médico neurologista Mateus Santana do Rosário. "O uso indiscriminado acontece quando as pessoas utilizam o medicamento sem indicação clara. Por exemplo, a pessoa sente qualquer desconforto e acredita que vai melhorar com os analgésicos. A partir do momento que isso é feito com muita frequência, várias vezes no dia ou da semana, é um risco", explica. 

Os analgésicos são divididos em anti-inflamatórios não esteroides, caso da dipirona e paracetamol, por exemplo, e os opioides, como tramadol, morfina e oxicodona. A segunda classe é indicada para dores intensas, que requerem prescrição e têm risco de dependência. O médico Mateus do Rosário ressalta que os sintomas gastrointestinais provocados pelo uso em excesso são os mais comuns. 

"Os analgésicos mais clássicos podem podem provocar alterações no estômago, como úlcera e gastrite. Outro risco é quando o paciente começa a perder a função do rim ou do fígado por conta do uso. Além disso, existe o risco de reações alérgicas", afirma. 

O médico Gustavo Flausino, coordenador de Anestesiologia e da Clínica de Dor do Hospital Mater Dei Emec, chama atenção para outros riscos do uso abusivo dos medicamentos. "Pode haver risco de dependência ou tolerância [quando a dose terapêutica não gera o efeito desejado], interações com outros medicamentos e até mascarar doenças graves, atrasando o diagnóstico correto", ressalta. 

O uso indiscriminado de analgésicos pode esconder doenças mais graves ao aliviar a dor e outros sintomas, fazendo com que a doença de base pareça não existir ou ser menos séria. Isso retarda a busca por avaliação médica e O início do tratamento correto. Nesse caso, pessoas idosas, crianças, gestantes e pessoas que possuem doenças crônicas correm mais risco. 

"Devem tomar cuidado a população idosa e quem possui dores de doenças crônicas pré existentes, como diabetes, hipertensão , problemas renais ou hepáticos. Esses indivíduos são mais vulneráveis a efeitos colaterais. Também vale ressaltar o grupo de crianças e gestantes, que necessitam de doses seguras e medicações específicas", completa Gustavo Flausino.

Dados mais recentes da InterPlayers, hub de negócios da saúde, apontam que as vendas de medicamentos analgésicos cresceram 42% em 2022 no Brasil, em comparação ao ano anterior. Só em 2024, mais de 215 milhões de doses de dipirona foram vendidas no país. 

O neurologista Mateus Santana do Rosário também explica como o uso indiscriminado pode prejudicar o diagnóstico da enxaqueca, doença neurológica que atinge mais de 30 milhões de brasileiro, segundo o Ministério da Saúde. "É uma doença que causa dor de cabeça crônica, e, às vezes, o paciente faz muito uso de analgésico para tentar combater a dor, não tem resultado, e desenvolve outros problemas", afirma.