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Advogada que se pendurou para salvar mãe e primo de incêndio está internada em estado grave

Juliane Vieira, de 28 anos, teve 63% do corpo queimado ao tentar resgatar familiares

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 13:56

Juliane Vieira ficou pendurada
Juliane Vieira ficou pendurada Crédito: Reprodução

O estado de saúde de Juliane Vieira, de 28 anos, continua gravíssimo. A advogada está internada no Hospital Universitário (HU) de Londrina, no Paraná, após sofrer queimaduras em 63% do corpo durante o incêndio que destruiu o apartamento onde morava com a família, em Cascavel.

Segundo o boletim médico divulgado nesta segunda-feira (20), Juliane permanece sedada, entubada e instável na UTI do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ).

A jovem foi transferida na sexta-feira (17) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP), em Cascavel, para a unidade de Londrina, referência no tratamento de queimados no estado. O transporte foi feito em um avião da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR).

Como ficou local após incêndio por Reprodução

Incêndio no 13º andar

O fogo começou na manhã de quarta-feira (15) em um apartamento localizado no 13º andar de um prédio na esquina das ruas Riachuelo e Londrina, no bairro Country, em Cascavel.

Segundo a RPC, trabalhadores de uma obra próxima notaram as chamas e correram até a portaria do edifício para avisar o porteiro, que acionou o alarme, desligou o gás e a energia e alertou os moradores.

Dentro do imóvel estavam Juliane, a mãe dela, Sueli, e o primo de 4 anos. Todos dormiam quando o incêndio começou. A prima de Juliane, mãe do menino, havia saído para a academia e não estava no local.

Imagens que circularam nas redes sociais mostram o momento em que Juliane aparece pendurada do lado de fora do prédio, sobre um suporte de ar-condicionado, tentando salvar os familiares. Após o resgate, ela foi retirada pelos bombeiros.

Ação dos vizinhos

O socorro contou também com a ajuda de vizinhos. Um deles, Patrick de Andrade, mora no mesmo andar e ajudou a orientar Juliane enquanto ela se equilibrava do lado de fora.

“Ela estava pendurada e escorada na caixa de ar-condicionado. Estava cansada, mas conseguia se manter. Nosso medo era ela tentar descer e cair”, contou Patrick.

Ele relatou que ouviu gritos enquanto se arrumava para ir trabalhar. Ao abrir a porta, viu fumaça preta saindo do apartamento ao lado, cuja porta estava trancada. Uma das moradoras retornou e conseguiu destrancar, mas o fogo já havia tomado o imóvel.

“Tentamos usar extintores, mas era impossível conter. Fomos acordando os vizinhos e ajudando quem podia. Consegui sair com meu cachorro e inalamos um pouco de fumaça. Foi tudo muito rápido”, relembrou o morador.

Perícia e origem do fogo

As chamas foram controladas pelos bombeiros e o apartamento ficou completamente destruído. O local foi isolado para perícia técnica ainda na tarde do mesmo dia.

De acordo com o perito Rodrigo Cavalcante de Oliveira Neves, a suspeita inicial é de que o fogo tenha começado entre a cozinha e a sala, de forma acidental. O laudo definitivo deve ficar pronto em cerca de dois meses.

Além de Juliane, outras três pessoas ficaram feridas. A mãe dela, Sueli Vieira, de 51 anos, está internada na UTI do Hospital São Lucas, em Cascavel. Ela sofreu queimaduras graves no rosto, braços e pernas, além de ter inalado fumaça e queimado as vias respiratórias. Segundo boletim de domingo (19), os médicos estão reduzindo gradualmente os sedativos.

O menino de 4 anos, filho da prima de Juliane, foi transferido ao Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba. Ele teve queimaduras no rosto, mãos, pernas e quadril, e também inalou fumaça. A unidade informou nesta segunda que o garoto está estável e passa por trocas de curativos.

O sargento Edemar de Souza Migliorini, que participou do resgate, sofreu queimaduras de terceiro grau, mas recebeu alta no sábado (18). Em vídeo enviado à RPC, o bombeiro agradeceu o apoio e comentou sobre a operação de salvamento.

Quem é Juliane

Descrita por amigos como determinada e solidária, Juliane é advogada e mora em Cascavel. “A Ju sempre foi prática, de resolver as coisas. E o fato de ter salvado a mãe e o primo resume bem quem ela é”, contou o amigo Jeferson Espósito.

Segundo ele, Juliane tem uma personalidade resiliente: “Já vi a Ju passar por dias difíceis, daqueles em que a vontade era ficar na cama, sem enxergar sentido no caminho. Mas era só questão de tempo até ela recalcular a rota”, disse.

Praticante de crossfit, ela costumava compartilhar nas redes sociais momentos de treino, vida saudável e convivência com amigos e família.

Em uma de suas publicações mais recentes, aparece treinando ao lado do cachorrinho Barthô, que também foi resgatado pelos bombeiros sem ferimentos.