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Após anos usando vape, jovem morre com superbactéria no pulmão

Ela tinha alertado que o vape a prejudicou

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 10:13

Nayara Alves Meng
Nayara Alves Meng Crédito: Reprodução

A morte de Nayara Alves Meng, de 28 anos, encerrou uma longa sequência de internações e idas a diferentes serviços de saúde na Baixada Santista. Moradora de São Vicente, ela não resistiu a uma parada cardíaca na noite de quarta-feira (19), no Hospital dos Estivadores, em Santos, após enfrentar uma infecção que evoluiu para uma superbactéria no pulmão.

Falando ao portal G1, a irmã Talita Leôncio Meng disse que a jovem não tinha histórico de doenças graves e “vendia saúde” antes do início dos sintomas. Em 15 de novembro, porém, o quadro se agravou: Nayara precisou ser entubada, sofreu uma parada cardíaca três dias depois, revertida pela equipe médica, e passou por novas reanimações na data da morte. A última, contudo, não teve sucesso.

Sintomas começaram meses antes

Os primeiros sinais apareceram ainda em abril: tosse intensa, febre e dificuldade para respirar. A jovem buscou ajuda no Hospital Municipal de São Vicente, onde recebeu diagnóstico de princípio de pneumonia e foi liberada com antibióticos. Após nova piora, retornou ao local e houve suspeita de tuberculose, o que motivou outro ciclo de medicação.

Nayara Alves Meng por Reprodução

A situação se agravou em junho, levando à internação no Pronto-Socorro Central de Praia Grande e, em seguida, à transferência para o Hospital Irmã Dulce, onde permaneceu por 30 dias. Uma tomografia indicou uma massa pulmonar compatível com abscesso, sem sinais de tumor. Embora uma biópsia tenha sido cogitada, um segundo médico acabou descartando o procedimento. 

Houve melhora momentânea após uma drenagem do pulmão, mas dois dias depois ela voltou a se sentir mal e procurou atendimento na UPA Central de Santos. Ali começou a etapa mais longa da internação.

Superbactéria e exames

Nayara permaneceu dez dias na UPA até ser transferida ao Hospital dos Estivadores, onde iniciou tratamento intensivo. Foi quando os exames confirmaram a presença de uma bactéria que, com o uso repetido e inadequado de antibióticos nas semanas anteriores, teria evoluído para uma superbactéria.

A jovem chegou a realizar uma biópsia, cujo resultado ficou pronto apenas no dia de sua morte. Testes para doenças autoimunes também foram feitos.

Uso do vape

A família relata que Nayara usava vape e narguilé desde 2021. De acordo com Talita, médicos mencionaram que o cigarro eletrônico poderia ter “ocasionado alguma lesão no pulmão”, embora não tenha sido apontado como causa direta da infecção. A própria Nayara acreditava nessa relação e chegou a fazer um alerta público sobre o impacto do vape em sua saúde cerca de um mês antes de morrer.

Para a irmã, o hábito fragilizou o pulmão e reduziu a capacidade do organismo de enfrentar a superbactéria. "Não foi o uso do vape apenas que levou você de nós. A negligência, a falta de diagnóstico e assistência médica dos municípios de São Vicente e Praia Grande terminou de te adoecer. Foram meses consumindo antibióticos errados e fortalecendo essa bactéria que enfraqueceu seu coração e, após três paradas cardíacas, você nos deixou. Você foi guerreira e lutou até o fim".