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Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2019 às 17:04
- Atualizado há 2 anos
Deputados do PT protocolaram nesta terça-feira, 5, mais três pedidos para convocar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para que ele explique declarações dadas ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, sobre a possibilidade de um novo AI-5.>
Esses novos requerimentos são para que ele compareça a comissões e devem ser votados pelos colegiados entre amanhã e a próxima semana. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) já havia protocolado um pedido, que pode ser votado ainda hoje, para que Heleno seja convocado ao plenário.>
Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, há uma articulação política de bastidores que pode resultar na aprovação da convocação em plenário. O movimento tem o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fez críticas a Heleno nesta segunda-feira, 4.>
O deputado Rogério Correia (PT-MG) é autor de dois dos requerimentos protocolados nesta terça-feira. Ele pede audiências com Heleno nas comissões de Direitos Humanos e na de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), que deve pautar o requerimento já na sessão de amanhã."O filho do presidente (Eduardo Bolsonaro) fazer uma declaração dessas como deputado é grave, agora, um general responsável por ações institucionais, que deveria estar guardando a Constituição, é apavorante", disse Correia. "Ele disse que 'tem de ver como vai fazer', ou seja, ele pensa nisso", completou.O terceiro pedido de convocação é assinado pelo deputado José Guimarães (PT-CE). Ele quer levar Heleno à Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ).>
Na entrevista concedida ao Estado, por telefone, no último dia 31 - e gravada -, Heleno não repudiou a possibilidade de "um novo AI-5". Instituído pela ditadura militar em 1968, o Ato Institucional nº 5 foi um dos mais duros daquele período, pois revogou direitos, suspendeu garantias constitucionais e delegou ao chefe do Executivo o poder de cassar mandatos parlamentares.>
"Não ouvi ele (Eduardo Bolsonaro) falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter", afirmou Heleno.>