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Carol Neves
Publicado em 18 de julho de 2025 às 10:56
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez um apelo nesta sexta-feira (18) ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que cesse a tarifa de 50% aplicada sobre produtos brasileiros. Além disso, sem mencionar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, o parlamentar sugeriu que o chefe da Casa Branca avalie sanções individualizadas contra autoridades brasileiras que, em sua visão, "perseguem cidadãos e empresas americanas, violam liberdades, usam o cargo público para violar direitos humanos e implodir a democracia de um país para satisfazer seu próprio ego". >
A publicação ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão determinados por Moraes na residência de Jair Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília. Na operação, foram apreendidos cerca de 14 mil dólares e 8 mil reais. Além disso, celulares foram recolhidos. O ex-presidente passou a ter restrições que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar entre 7h e 19h, proibição de contato com diplomatas, embaixadas, redes sociais e com familiares, incluindo o próprio filho Eduardo Bolsonaro.>
Em defesa do pai, Flávio comentou nas redes sociais que “proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Moraes” e classificou a medida como típica de uma inquisição, com sentença prévia. Ele chamou atenção ainda para o timing da operação, ressaltando que foi realizada no início do recesso parlamentar e no Mandela Day, comemorado em 18 de julho. Segundo o senador, o ato foi um “ardil” que “faz exatamente no início do recesso parlamentar, quando Brasília está vazia”.>
Jair Bolsonaro
Flávio apontou que agora cabe a Trump suspender a tarifa e aplicar sanções ao magistrado por supostas perseguições. Ele ressaltou que o governo americano foi endurecido contra quem, em sua avaliação, comete abusos ao exercer a justiça.>
A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Polícia Federal, apoiado pela Procuradoria-Geral da República, segundo a corporação movida por indícios de que Jair Bolsonaro estaria tentando obstruir o andamento do processo, em curso no STF, com práticas como coação, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional. Investigações apontam que ele vinha financiando iniciativas, via repasses a Eduardo Bolsonaro que está nos EUA, em prol de influenciar decisões americanas que pudessem conter o processo no Brasil; em junho, o ex-presidente admitiu ter enviado R$ 2 milhões ao filho por meio de Pix. Existiriam ainda indícios de que planejava fugir e pedir asilo nos EUA.>
A imposição da tarifa de 50% por parte de Trump surgiu em apoio ao ex-presidente em julgamento e, segundo a Casa Branca, deve durar até que o processo judicial seja encerrado.>