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Antes de colocar tornozeleira, Bolsonaro fez vídeo agradecendo Trump

Presidente dos EUA divulgou ontem carta apoiando aliado brasileiro, que ele diz ser "perseguido"

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 18 de julho de 2025 às 09:29

Donald Trump e Bolsonaro juntos na Flórida, em 2020
Donald Trump e Bolsonaro juntos na Flórida, em 2020 Crédito: Alan Santos/Presidência

Na véspera de ser obrigado a usar tornozeleira eletrônica por determinação do Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo nas redes sociais para agradecer publicamente ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por uma carta de apoio divulgada na última quinta-feira (17).

No vídeo, Bolsonaro afirma que o processo no qual é réu por tentativa de golpe de Estado em 2022 é “inacreditável” e que o objetivo seria retirá-lo da vida pública. “Querem, na verdade, me alijar do processo político. Alijar a maior liderança da direita na América do Sul. Entendo que eleições sem oposição, isso sim é golpe”, declarou.

Ele também agradeceu diretamente a Trump, destacando o apoio do republicano à sua situação jurídica. “Conte com a minha eterna gratidão”, disse Bolsonaro, referindo-se à “preocupação” do norte-americano com a liberdade de expressão no Brasil.

Na carta divulgada no mesmo dia, Trump escreveu que Bolsonaro vem sendo alvo de “ataques” por parte de um “sistema injusto” e defendeu o encerramento imediato do processo. O norte-americano ainda afirmou estar “muito preocupado” com o que chamou de ameaças à liberdade de expressão tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Ele criticou diretamente o Supremo Tribunal Federal, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, pelas ordens de retirada de conteúdos e bloqueios de perfis nas redes sociais.

Horas antes da publicação do vídeo de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, também se manifestou nas redes. Ele agradeceu a Trump pelo gesto e comparou o Brasil a uma “narco-ditadura”, dizendo que o país estaria trilhando um caminho semelhante ao da Venezuela sob Nicolás Maduro. Eduardo é investigado no STF por suspeita de envolvimento em articulações conspiratórias nos Estados Unidos contra o Estado brasileiro.

Encontro entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, em 2019 por Alan Santos/PR

Medidas restritivas

A principal medida determinada hoje pelo STF a Bolsonaro é o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica. O equipamento foi instalado ainda na manhã de sexta, após o ex-presidente ser levado à sede da PF, de acordo com a colunista Monica Bergamo, falando na Band News. A partir de agora, Bolsonaro será monitorado 24 horas por dia. Ele também terá de cumprir recolhimento domiciliar todas as noites, das 19h às 7h, além dos fins de semana.

Além disso, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais, manter contato com outros investigados pelo STF e se comunicar com diplomatas e embaixadores estrangeiros. A restrição inclui também a aproximação física de sedes diplomáticas. Na prática, isso pode significar que o ex-presidente não se comunique com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos. Eduardo é investigado por suposta tentativa de obstrução da Justiça e articulações com aliados de Donald Trump.

Pronunciamento de Lula

Em meio ao conflito entre Brasil e EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em cadeia nacional. Sem citar diretamente Trump ou Bolsonaro, Lula criticou o apoio de “políticos” brasileiros às novas tarifas aplicadas pelos EUA ao Brasil, classificando-os como “traidores da pátria”.

O presidente afirmou que as tarifas representam uma “chantagem inaceitável” e reiterou a independência do Judiciário brasileiro. “No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional”, afirmou.