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Perla Ribeiro
Publicado em 26 de novembro de 2025 às 13:29
Pesquisadores encontraram um exemplar raríssimo de uma flor gigante e parasita difícil de ser localizada, a Rafflesia hasseltii, durante uma expedição científica em Sumatra, na Indonésia. Até hoje, a maior parte do material disponível sobre a espécie vinha de ilustrações do século 19. Diante da cena, o biólogo local Septian “Deki” Andrikithat, que procurava um exemplar da planta há 13 anos, ficou de joelhos e chorou diante da imagem. Um vídeo publicado nas redes sociais nessa segunda-feira (24) mostra a reação. As informações são do Jornal O Globo.>
"Ele buscava esta flor há 13 anos", contou o professor associado da Universidade de Oxford e responsável pelas imagens do momento, o botânico britânico Chris Thorogood. "Ela cresce dentro da mata, à noite, e nos exigiu dois dias de caminhada dia e noite só para encontrá-la. Poucas pessoas já viram essa flor, e nós a vimos desabrochar à noite. Foi mágico", disse o pesquisador em publicações no X.>
Thorogood descreveu a experiência em silêncio diante da planta como “algo de outro planeta”. A raridade se explica pelo ciclo da Rafflesia hasseltii: o botão leva até nove meses para se desenvolver e permanece aberto apenas por alguns dias. Segundo ele, a espécie é tão difícil de ser avistada que “já foi vista mais vezes por tigres do que por humanos”.>
A flor, que tem o tamanho aproximado de uma melancia, abriu lentamente suas pétalas ao longo da noite, permitindo aos cientistas registrar o desabrochar pela primeira vez. Totalmente parasita, a espécie vive dentro de cipós tropicais e emerge apenas para florescer — período que dura cerca de uma semana.>
Além da aparência incomum, a planta exala um odor semelhante ao de carne em decomposição, estratégia que atrai moscas para sua polinização. O cheiro, porém, é menos intenso do que o de outras espécies do gênero, como a Rafflesia arnoldii, a maior do mundo, conhecida como “flor-cadáver”.>