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BYD ultrapassa a Honda e agora é a sétima marca que mais vende carro zero no Brasil

Diferença de preços nos híbridos e estoques elevados explicam crescimento

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 08:15

O BYD Tang mandou bem e superou o WLTP
O BYD Tang mandou bem e superou o WLTP Crédito: Imagem: Divulgação BYD

A disputa pelo mercado automotivo brasileiro ganhou um novo capítulo em 2025: a BYD superou a Honda e assumiu a sétima posição no ranking de vendas acumuladas da Fenabrave. Entre janeiro e agosto, a fabricante chinesa emplacou 66.419 unidades, ligeiramente acima dos 65.589 carros da rival japonesa.

O avanço não é pontual. A BYD ficou à frente da Honda em abril, maio, julho e agosto, sendo os dois últimos meses os de maior diferença. No ano anterior, a montadora chinesa havia fechado em décimo lugar, com 76.402 veículos vendidos, enquanto a Honda terminou em oitavo, com 91.450 unidades.

Estoques turbinam crescimento

Analistas apontam que o volume de veículos importados da China tem sido determinante para a escalada da BYD. Paulo Garbossa, diretor da ADK Automotive, avalia: “O poder de fogo dos chineses não se restringe ao Brasil, mas se estende a toda a América Latina. Com o nível de estoques que estão formando, não duvido que em breve superem também a Jeep”.

Segundo Milad Kalume Neto, consultor do setor, a estratégia recente da marca foi reduzir preços e lançar campanhas agressivas para escoar os navios carregados de veículos. “A BYD tinha muitos carros em estoque até pouco tempo atrás. Para reduzir esse volume, baixou os preços e lançou campanhas agressivas em várias frentes. A soma desses fatores a torna competitiva”, explica.

Em julho, o presidente da Anfavea, Igor Calvet, informou que as montadoras chinesas acumulavam 111 mil veículos em estoque no Brasil. “Esse estoque mexe com o mercado e, ao mexer com o mercado, é uma variável importante para nós considerarmos em nossas defesas da indústria localizada no país”, disse.

BYD Camaçari por Divulgação

Híbridos: preço pesa na disputa

O contraste entre Honda e BYD é ainda maior no mercado de híbridos. Em 2025, a marca chinesa emplacou 31.953 unidades até agosto, contra apenas 1.774 da rival japonesa, uma diferença de 18 vezes.

A diferença de preços ajuda a explicar o cenário. Enquanto o modelo híbrido mais barato da Honda, o Civic Advanced Hybrid, parte de R$ 265.900, o Song Pro da BYD custa a partir de R$ 189.990, quase 40% menos. Além disso, o SUV da chinesa oferece rodagem de até 39 km em modo totalmente elétrico, recurso inexistente no sedã japonês.

Os demais preços reforçam a distância:

BYD: Shark (R$ 379.800), King (a partir de R$ 169.990), Song Plus (R$ 249.990), Song Plus Premium (R$ 299.800)/

Honda: Accord Advanced Hybrid (R$ 332.400), CR-V Advanced Hybrid (R$ 352.900)

Presença industrial no país

Apesar da diferença nos emplacamentos, as duas montadoras mantêm fábricas no Brasil. A Honda, que atua no país desde 1971, concentra hoje sua produção de automóveis em Itirapina (SP), onde fabrica o HR-V e as duas versões do City. O Civic e outros modelos - Accord, ZR-V e CR-V - são importados.

A unidade de Sumaré (SP), que já produziu carros, agora fabrica motores e componentes, incluindo o primeiro motor híbrido flex da marca, fruto de um investimento de R$ 4,2 bilhões.

Já a BYD opera em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, onde produz Dolphin Mini, Song Pro e King, todos eletrificados. A marca também anunciou o desenvolvimento de um motor híbrido flex para equipar o Song Pro.