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Perla Ribeiro
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 14:36
O cabeleireiro José Roberto Silveira, 59 anos, conhecido como Betto Silveira, que foi achado amarrado e morto em sua casa na Zona Oeste de São Paulo pode ter sido estrangulado e asfixiado, segundo mostra o laudo pericial preliminar da Polícia Técnico-Científica. Outros exames complementares são feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) para concluir como a vítima foi assassinada. O corpo dele foi encontrado no último sábado (22), no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. Betto estava sem roupas, de joelhos no chão, com sinais de asfixia e de agressão. As informações são do G1 SP.>
Sob a cabeça do cabeleireiro estava um travesseiro. A boca dele estava "amordaçada por uma toalha de rosto presa com um fio branco semelhante ao de carregador", segundo informa trecho do boletim de ocorrência do caso, registrado inicialmente no 14º Distrito Policial (DP), Pinheiros. Segundo a Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência após ter sido chamada pelas testemunhas, o cadáver estava amarrado com fios de telefone ao redor dos joelhos e punhos.>
Cabelereiro foi achado morto em casa
Ainda segundo o relato dos policiais militares que foram até o imóvel, além dos sinais de asfixia, havia marcas de agressões pelo corpo de Betto. "Constatou-se ainda equimoses nos braços, ombros e região nasal", informa o registro policial. "No braço direito, verificou-se lesão compatível com marca de mordida". >
O caso é investigado como homicídio pela Polícia Civil. Uma das hipóteses dos peritos é a de que criminosos usaram a fiação para estrangular a vítima. O corpo de Betto foi encontrado no quarto, caído no chão, ao lado da cama, por um sócio e uma prima, após ele não responder a mensagens e ligações. A vítima morava em um sobrado com a mãe e mantinha um salão de beleza no andar de baixo do imóvel.>
O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) analisa câmeras de segurança para tentar identificar quem são os dois homens que aparecem nas imagens deixando a residência da vítima na madrugada do sábado. Eles são considerados, até o momento, os únicos suspeitos de envolvimento no caso. Aparentemente nenhum objeto de valor foi levado do imóvel. A polícia também investiga o que motivou o crime. Segundo a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, ao menos duas pessoas podem estar envolvidas diretamente no assassinato.>
"Tudo indica que realmente foi um homicídio. Pode ter sido praticado por mais de uma pessoa. A investigação ainda não definiu exatamente a autoria. Nós temos suspeitos, mas não temos como fechar isso. Pode ter sido praticado por mais de uma pessoa", afirmou a delegada. >
Outro fato que chama a atenção dos investigadores é a faca encontrada na pia do banheiro da casa. Ela não estava manchada de sangue. Mas foi encontrado sangue no travesseiro e num lençol do quarto. Peritos da Polícia Científica também analisam o material encontrado na residência para saber se o sangue é de Betto e se a faca foi usada para ameaçá-lo. Aparentemente a vítima não teria sido esfaqueada.>
No mesmo imóvel moram a mãe idosa do cabeleireiro e dois inquilinos, que alugam os fundos da casa. Os três foram ouvidos como testemunhas e disseram à polícia não ter ouvido ou visto nada de diferente na residência. Um dos locatários contou que, no início da madrugada, Betto "bateu na sua porta pedindo uma [folha de] seda e uma toalha". A seda seria usada para consumir maconha. E que diante disso pensou que o cabeleireiro estava com mais alguém no imóvel.>
O DHPP está ouvindo familiares e amigos da vítima para tentar buscar informações que possam ajudar a esclarecer o assassinato. Já se sabe que um ex-namorado havia registrado uma queixa contra Betto – que o estaria ameaçando após o término do relacionamento há cerca de dois meses.>
Após o fim do namoro, Betto entrou num aplicativo de relacionamentos, onde conheceu outros homens com os quais se relacionou. Uma vizinha contou à polícia que ouviu barulhos e vozes na madrugada, além do portão sendo aberto, mas não percebeu que poderia se tratar de uma situação de violência.>
"O veículo utilizado pela vítima, obtido por meio de locação, foi apreendido e periciado, e a equipe trabalha no mapeamento dos trajetos percorridos, com o objetivo de reconstruir os momentos anteriores e posteriores ao crime", informa trecho da nota da Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre a investigação do caso pela polícia.>