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Chefe do CV que tem gratuidade na Justiça paga R$ 24 mil por cirurgia em hospital de alto padrão

Ele deixou cadeia para realizar o procedimento

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 09:03

Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque, passou por procedimento em hospital
Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque, passou por procedimento em hospital Crédito: Reproduçao

Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque, chefe do tráfico em Manguinhos (Zona Norte do Rio), foi autorizado pela Justiça a realizar uma cirurgia de vesícula no Hospital Samaritano, unidade de alto padrão na Zona Sul da cidade. O procedimento, estimado em R$ 20 mil, além de despesas diárias superiores a R$ 4 mil, foi custeado pelo próprio detento, que até então era beneficiado pela gratuidade judicial, posteriormente revogada pelo juiz ao tomar conhecimento do pagamento. A informação foi divulgada em reportagem do jornal O Globo. 

A autorização para internação fora do sistema penal gerou questionamentos sobre o uso de hospitais particulares por presos. Segundo especialistas, a medida é legal quando não há alternativa adequada na rede pública e desde que haja justificativa médica e autorização judicial. A Lei de Execução Penal permite atendimento externo em caso de falta de estrutura adequada no sistema prisional.

Choque foi internado no último dia 8 para uma colecistectomia por vídeo. Durante a internação, médicos identificaram infecção na vesícula, o que exigiu tratamento com antibióticos e nova intervenção cirúrgica, segundo a defesa.

Antes da internação, o detento já havia sido atendido diversas vezes em unidades públicas e no próprio presídio. O juiz responsável foi informado pela defesa sobre a intenção de realizar a cirurgia em hospital particular, e o Ministério Público concordou com a saída, desde que houvesse escolta contínua.

Diante do prolongamento da internação além do previsto, o juiz titular da Vara de Execuções Penais assumiu o caso, exigiu informações detalhadas do hospital e expediu mandado de busca e apreensão para obter o relatório médico, alegando que o preso é de "altíssima periculosidade" e aguarda transferência para presídio federal.

A defesa afirma que a escolha do hospital foi feita com base na segurança da localização e a proximidade com delegacias. Ainda segundo o advogado, a decisão partiu do próprio juiz após ver a situação clínica do preso.

Choque está preso desde 2008 e, à época, era o criminoso mais procurado do Rio. Foi flagrado por escutas ordenando execuções e torturas, além de ser conhecido por ações violentas e pelo comando de roubos e confrontos armados.

A Seap informou que o detento permaneceu sob escolta e retornou ao presídio após alta médica. Já o Tribunal de Justiça confirmou que a internação foi autorizada judicialmente e aguarda relatório oficial do hospital. A unidade de saúde, por sua vez, disse não poder fornecer informações devido à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).