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Como dois anônimos ganharam viagens de graça para sempre na Azul

Concurso ajudou a escolher nome da companhia

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 05:58

Azul Linhas Aéreas
Azul Linhas Aéreas Crédito: Reprodução

Quando a Azul Linhas Aéreas se preparava para estrear no mercado brasileiro, em 2008, os executivos da nova companhia decidiram tomar um caminho pouco convencional para batizar a empresa. Em vez de contratar uma equipe restrita de criação, abriram para o público um concurso nacional que permitiria aos brasileiros sugerirem o nome daquela que viria a ser uma das maiores companhias aéreas do país.

A iniciativa surgiu após uma ideia do publicitário Gianfranco “Panda” Beting, responsável pelo branding da empresa. Em 2024, ele relembrou os bastidores em entrevista ao Kritikê Podcast.

Os dez nomes selecionados para votação final por Reprodução

“Me chamaram para criar o nome e identidade visual da companhia. Tem alguns nomes que eu acho legal, já tinha feito isso para outras companhias. Tive uma ideia, falei ‘por que a gente não faz um concurso público que a gente convida as pessoas a sugerirem nomes?’”, contou.

O resultado da proposta surpreendeu até quem estava à frente do projeto. “A gente fez o concurso e chamou todo mundo do Brasil para sugerir nomes para a companhia. A gente recebeu aproximadamente 200 mil nomes vindos de 120 mil pessoas. A pessoa que tivesse o nome escolhido ia voar de graça para o resto da vida”, disse Panda.

A partir do universo de sugestões, uma equipe fez a triagem e chegou a dez finalistas. Em seguida, a escolha ficou nas mãos do público. Na votação final, o nome mais votado foi “Samba”. “Azul” ficou em segundo lugar.

O então chairman da companhia, o empresário luso-americano David Neeleman, não se sentiu confortável com a preferência popular. Segundo Panda, ele argumentou que “Samba” poderia soar caricato no exterior. Neeleman chegou a usar um exemplo para justificar sua posição, segundo relato do publicitário: seria como ir à Itália e batizar uma companhia de “Pizza”.

Veja o trecho:

Panda defendeu a ideia inicial. Disse no podcast que “era a essência do Brasil” .Neeleman, não convencido, procurou o presidente da Embraer na época, Frederico Curado. “Quando um avião atrasa no Brasil vão falar que ih, sambou”, ouviu de volta. A expressão bastou para o publicitário reconsiderar. Ele relatou que voltou ao grupo de executivos e foi direto: “Não pode usar esse nome, vamos usar outro que eu gosto mais.”

O consenso foi imediato: o nome da nova empresa seria Azul. A mudança de orientação deixou uma dúvida no ar. O que fazer com o vencedor do nome “Samba”, que havia sido o mais votado?

Panda relembra a solução adotada.

“Dá passagem de graça para os dois, Samba e Azul. E agora tem dois cara, o João e o Vitor, que voam a vida inteira de graça na Azul”, afirmou.

Na época, a companhia confirmou publicamente o prêmio vitalício para os dois participantes que haviam indicado e votado, pela primeira vez, nos nomes Azul e Samba. Em comunicado, Neeleman exaltou o significado do nome escolhido:

“Nós queremos que nossa companhia defina o nome, e não que o nome defina a empresa. Azul inspira sentimentos como pureza, segurança, serenidade, lealdade, qualidade e, claro, remete ao céu, a voar. Ao mesmo tempo, é um nome mais neutro que Samba”, afirmou o executivo.

“A escolha do nome foi o começo de um novo conceito de relacionamento entre a empresa e seus clientes. Nossos passageiros vão ser convidados a sugerir outros detalhes do produto”, disse Neeleman na ocasião.

Lançada oficialmente em 2008, a Azul iniciou operações no início de 2009 com aeronaves Embraer 195, apostando em rotas regionais, TV ao vivo a bordo e um modelo que, pouco tempo depois, reposicionou o mercado aéreo brasileiro.

Tags:

Azul