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Coronel admite que torturou, matou e ocultou corpos na ditadura militar

Paulo Magalhães assumiu ter atuado na chamada Casa da Morte, centro clandestino mantido pelo Exército em Petrópolis, na região serrana do Rio

Publicado em 25 de março de 2014 às 20:00

 - Atualizado há 2 anos

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, o coronel reformado Paulo Malhães, 76, admitiu nesta terça-feira (25) que torturou, matou e ocultou cadáveres de presos políticos na ditadura militar. Ele assumiu ter atuado na chamada Casa da Morte, centro clandestino mantido pelo Exército em Petrópolis, na região serrana do Rio.

Magalhães defendeu a tortura como método de interrogatório e descreveu a mutilação de corpos para evitar que fossem identificados. “A tortura é um meio. Se o senhor quer saber a verdade, o senhor tem que me apertar”, disse o coronel ao ex-ministro José Carlos Dias, integrante da Comissão da Verdade. “Naquela época não existia DNA. Quais são as partes que podem identificar um corpo? Arcada dentária e digitais”, afirmou, referindo-se às mutilações de cadáveres.Magalhães admitiu que ocultou corpos na ditadura militar (Foto: Reprodução) Chamando os presos de “terroristas”, Magalhães disse não ter nenhum arrependimento das mortes. “Essas pessoas eram guerrilheiras. Não eram pessoas normais. Não foram presas porque jogavam bola de gude”, disse. Questionado sobre a operação para ocultar os restos mortais do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971, o coronel voltou atrás e desmentiu entrevistas aos jornais “O Globo” e “O Dia” em que assumiu a ação. Disse ter dado uma versão falsa para tranquilizar a família. Malhães se recusou a apontar nomes de vítimas e não contou quantas pessoas matou. Alegou ter o dever de proteger militares que foram seus colegas ou superiores. A frieza do depoimento chocou os integrantes da comissão, que vieram de Brasília ao Rio para apresentar um relatório sobre a Casa da Morte.

“Com tantos anos de advocacia, eu me choquei com a descrição da mutilação de dedos e arcadas dentárias para desaparecer com os corpos”, afirmou José Carlos Dias. “Eu não diria que ele foi corajoso. É um exibicionista, um sádico”, acrescentou o ex-ministro.