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Tharsila Prates
Estadão
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 20:31
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (22) que o ex-presidente não descumpriu as medidas cautelares impostas pelo Tribunal. Também rebateu as suspeitas de que a minuta de pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei, fosse uma prova da intenção de fugir do Brasil.>
O advogado Celso Vilardi disse que o documento encontrado no celular de Bolsonaro era antigo, de 2024, e um eventual decreto de prisão exigiria fatos contemporâneos. "Parece claro que um rascunho de pedido de asilo ao presidente argentino, datado de fevereiro de 2024, não pode ser considerado um indício de fuga", afirma a defesa.>
O ex-presidente tinha até as 20h30 de hoje (22) para apresentar seus argumentos, e o fez antes do prazo dado pelo ministro Alexandre de Moraes.>
“Fato é que, com ou sem o rascunho, o ex-presidente não fugiu. Pelo contrário, obedeceu a todas as decisões emanadas pela C. Suprema Corte, inclusive a que o proibia de viajar ao exterior, respondeu à denúncia oferecida, compareceu a todas as audiências, sempre respeitando todas as ordens deste E. STF”, argumentou Celso Vilardi.>
A defesa aproveitou ainda para classificar o relatório da Polícia Federal como peça política, com o objetivo de expor a vida privada de Bolsonaro.>
“O relatório da Polícia Federal causa espanto. Encaixa-se como uma peça política, com o objetivo de desmoralizar um ex-presidente da República (que, quer queiram as autoridades policiais ou não, ainda é um líder político), expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação”, escreveu o advogado.>
Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.>