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Perla Ribeiro
Publicado em 28 de abril de 2025 às 14:01
Sua libido está em baixa e você não sabe o que está por trás do problema? Sabia que a culpa pode ser do seu anticoncepcional? A maioria dos estudos demonstra que não existe um efeito negativo tão importante dos contraceptivos hormonais na libido. Ainda assim, em alguns casos, eles podem impactar mais diretamente na biologia do desejo sexual. “Eles podem diminuir a produção hormonal ou aumentar proteínas que reduzem a biodisponibilidade dos hormônios sexuais, o que pode levar à redução do desejo em algumas pacientes”, explica o ginecologista Sérgio Okano, convidado pela farmacêutica Organon. >
A queda no desejo sexual não necessariamente está relacionada ao uso de anticoncepcionais, mas sim a um conjunto de fatores, incluindo aspectos emocionais e comportamentais. No entanto, o anticoncepcional pode, sim, ser a raiz do problema. Por isso, o especialista alerta que é importante, no momento de decidir junto com a paciente o método contraceptivo, avaliar se há presenta de queixas relacionadas à libido ou receio de enfrentar esse efeito colateral. >
Por vezes, métodos contraceptivos de longa duração (LARCs), como o DIU hormonal, DIU de cobre ou o implante subdérmico, surgem como alternativas eficazes e com menor impacto na resposta sexual. “Esses métodos, por possuírem baixa concentração hormonal, tendem a interferir menos na função sexual. São excelentes opções para quem busca evitar a gravidez sem abrir mão de uma vida sexual satisfatória”, destaca o ginecologista. >
Segundo Okano, o ideal é que a função sexual da mulher seja analisada antes mesmo da escolha do método, com reavaliação periódica. Se houver sinais de queda de libido após o início de determinado contraceptivo, a troca por outra opção pode ser suficiente para a melhora. “Quando a causa está realmente ligada ao método, é comum que a paciente relate melhora já nos primeiros meses após a mudança ou suspensão do contraceptivo”, esclarece. >
Como orientação final, o especialista reforça a importância de uma escolha individualizada. “O método deve contribuir para a qualidade de vida da mulher. Se a sexualidade for uma preocupação, devemos priorizar opções que impactem menos esse aspecto e sempre considerar o contexto de cada paciente”. Ele ainda reforça que a escolha do método deve considerar não apenas a eficácia na prevenção da gravidez, mas também os efeitos sobre a saúde geral, o padrão de sangramento, o controle de sintomas como dor ou acne, e, claro, o bem-estar sexual. >
“A resposta sexual feminina é multifatorial. Vai muito além da ação dos hormônios. Fatores como autoestima, segurança contraceptiva e até o alívio da dor, em casos de endometriose, por exemplo, também influenciam na libido. Em algumas situações, o uso do anticoncepcional pode até melhorar a qualidade da vida sexual da paciente”, explica o médico. >