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Carol Neves
Publicado em 14 de março de 2025 às 14:25
O ex-policial penal Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda, começou a cumprir pena nesta sexta-feira (14) no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A decisão ocorreu após a revogação de sua prisão domiciliar pelo desembargador Gamaliel Scaff, do Tribunal de Justiça do Paraná, na noite de quinta-feira (13). >
Guaranho foi condenado em 13 de fevereiro por homicídio duplamente qualificado, motivado por divergência política e cometido com perigo comum, após disparar tiros em um ambiente com outras pessoas. Inicialmente, ele obteve uma liminar para cumprir prisão domiciliar, alegando lesões permanentes que exigiam tratamento especializado. No entanto, após nova avaliação médica do Instituto Médico Legal (IML), o desembargador determinou que ele poderia cumprir a pena no CMP, que afirmou ter estrutura adequada para atendê-lo. >
O laudo médico, assinado em 27 de fevereiro, indicou que Guaranho precisava de apoio de equipes de nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia e medicina, mas concluiu que ele tinha condições de cumprir pena em qualquer local com suporte de saúde adequado. >
O crime ocorreu em 9 de julho de 2022, quando Guaranho invadiu uma festa de aniversário de Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu. A festa tinha temática petista, com decoração e camisetas em apoio a Lula. Guaranho, que não conhecia Marcelo, provocou os convidados gritando o nome de Jair Bolsonaro e tocando músicas da campanha do então presidente. Após uma discussão, Marcelo jogou terra no carro de Guaranho, que foi embora, mas retornou pouco depois. >
Na segunda vez, Guaranho desceu do carro e, após a policial civil Pamela Silva, companheira de Marcelo, mostrar seu distintivo e pedir que ele se retirasse, ele atirou contra Marcelo, que foi atingido por dois tiros e morreu na madrugada seguinte. Durante o julgamento, a defesa de Guaranho destacou as agressões que ele sofreu após o crime, quando foi alvejado por Marcelo e chutado por três homens. >
O Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça na terça-feira (11) para aumentar a pena de Guaranho, argumentando "desajuste social do condenado" e contestando a suposta confissão do réu, que alegou legítima defesa. A defesa de Guaranho não respondeu aos contatos da reportagem nesta sexta-feira. >
O caso chocou o país e evidenciou a polarização política no Brasil, com o crime sendo motivado por divergências partidárias. Guaranho, que utiliza muletas devido a lesões causadas por projéteis no corpo, incluindo dois na cabeça, segue sob custódia enquanto aguarda o desfecho dos recursos judiciais.>