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Estudantes torturam colega em escola após montarem grupo 'inspirado em facções criminosas'

Caso começou a ser investigado na última segunda-feira (4), após vazarem as imagens das agressões; Justiça determina internação das acusadas

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 08:40

Estudantes espancam e torturam colega em escola após montarem grupo 'inspirado em facções criminosas'
Estudantes torturam colega em escola após montarem grupo 'inspirado em facções criminosas' Crédito: Reprodução

Quatro estudantes com idades entre 11 anos e 14 anos são acusadas e torturar e espancar uma colega de turma em uma escola estadual de Alto Araguaia, no Mato Grosso. De acordo com informações da Polícia Civil, as investigações apontaram que as alunas envolvidas montaram um grupo entre si, “inspirado em facções criminosas”. O grupo estabelecia hierarquia, normas de conduta e até punições, como ocorre em facções. Uma das regras impostas era que a vítima não poderia chorar durante a agressão, sob pena de sofrer ainda mais violência. As informações são do G1 MT.

A agressão foi filmada pelas próprias integrantes do grupo e divulgada nas redes sociais na última segunda-feira (4). De acordo com a Polícia Civil, o grupo, que também inclui a vítima é formado por cerca de 20 alunas que adotavam regras semelhantes às de organizações criminosas. A violência praticada foi uma espécie de "salve", um tipo de punição interna comum entre membros de facções, após a vítima ter recusado a dar um 'geladinho' a um dos colegas.

“A aluna vítima das agressões estaria sendo castigada após descumprir algumas das regras criadas pelo grupo. Durante a sessão de castigo, uma das regras impostas era que a vítima não poderia chorar, caso contrário aumentariam as agressões”, explica a autoridade policial. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) informou que está investigando o caso e que equipes da gestão da escola e da Diretoria Regional de Educação foram mobilizadas para prestar apoio psicológico à vítima, aos envolvidos e às famílias do estudantes.

O caso começou a ser investigado na última segunda-feira (4), quando a Delegacia de Alto Araguaia recebeu um vídeo que circula nas redes sociais em que uma menina de 12 anos aparece sendo agredida “covardemente sem qualquer condição de defesa”, pontuou a Polícia Civil, em nota. Nas imagens divulgadas nas redes sociais, a vítima aparece ajoelhada, sendo encurralada e agredida por outras meninas. Além de socos e chutes, as estudantes usam um cabo de uma vassoura para bater na vítima.

Ao todo, 10 pessoas foram ouvidas sobre o caso. Entre elas, as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. Durante os depoimentos, as suspeitas confessaram ter agredido outras quatro colegas em situações semelhantes. Os celulares das adolescentes foram apreendidos e os vídeos das agressões foram localizados pela polícia.

A investigação também revelou que algumas das alunas envolvidas têm histórico familiar ligado a facções criminosas, o que pode ter influenciado a criação do grupo dentro da escola. Uma das adolescentes já havia sido conduzida à delegacia por estar em companhia de membros de uma facção, um deles portando drogas. “Durante as oitivas, foi possível verificar que algumas das menores envolvidas tentavam reproduzir no ambiente escolar, aquilo que presenciavam dentro de casa”, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Marcos Paulo Batista de Oliveira.

A Polícia Civil concluiu o inquérito da investigação sobre o caso das O delegado responsável pediu pela internação das adolescentes e a medida foi acolhida pela Justiça nessa quarta-feira (6). A corporação informou ainda, por meio de nota, que o pedido de internação é motivado pelos “atos infracionais análogos aos crimes de tortura e integração de organização criminosa”, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

O pedido foi acatado pela 1ª Vara de Alto Araguaia, que expediu mandados de busca e apreensão para o cumprimento da medida socioeducativa. Apenas três das quatro adolescentes envolvidas foram internadas. Isso porque houve o impedimento legal para a aplicação da medida na quarta menina, nos termos do ECA, por ela ter apenas 11 anos de idade. As idades das demais variam até 14 anos. Como o caso envolve menores de idade, todas as identidades foram preservadas e os processos tramitam em sigilo.