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Facção toma máquinas e exige porcentagem de prêmios de loterias no Ceará; veja como funciona esquema

Pelo menos 13 vendedores de apostas abandonaram seus pontos devido ao medo das ameaças da facção criminosa

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 14:17

Facção toma máquinas e exige porcentagem de prêmios de loterias no Ceará; veja como funciona o esquema
Facção toma máquinas e exige porcentagem de prêmios de loterias no Ceará; veja como funciona o esquema Crédito: Reprodução

Três membros da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) acusados de tomarem máquinas de apostas e ameaçarem vendedores ambulantes de jogos de apostas virtuais foram presos nesta segunda-feira (3), em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. De acordo com informações da polícia, os criminosos obrigavam vendedores dos bairros Pajuçara, Jardim Bandeirantes e localidades vizinhas a trabalharem com as máquinas da facção, que arrecadaria o dinheiro das apostas. Eles também são acusados de serem os responsáveis por pagar os prêmios dos vencedores, em vez da Loteria Estadual do Ceará. As informações são do G1 CE.

A Polícia Militar informou que a ocorrência teve início após os agentes receberem uma denúncia de que homens em um carro ameaçavam vendedores de apostas no interior da Ceasa de Maracanaú. O veículo foi abordado no local, com três homens e um adolescente no carro. Durante as buscas, os policiais localizaram uma máquina de apostas da Loteria Estadual do Ceará, que havia sido tomada de uma das vítimas momentos antes da abordagem da polícia.

Diante do flagrante, foram presos: Gabriel Almeida da Silva, 25 anos, com passagens por receptação, porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e organização criminosa; Jeferson Araújo de Lima, 21, com antecedentes por porte ilegal de arma de fogo e Valdeir Alves da Silva, 25. Os três foram autuados por ameaça e por integrar organização criminosa. O adolescente, de 16 anos, que estava na companhia do trio, foi ouvido e liberado pela polícia.

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As investigações apontam que os criminosos obrigavam os vendedores a realizarem as apostas usando a maquineta da facção, para em troca receberem 50% do valor total arrecadado. Além disso, caso algum cliente ganhasse, o pagamento do prêmio era feito pela própria facção e não pela Caixa Econômica Federal. "Ou seja, a facção se utiliza do sorteio realizado pela loteria dos sonhos (ou congêneres) e com base nesses resultados, consolidam quem são os vencedores das apostas realizadas nas maquinetas da facção", diz trecho do inquérito da Polícia Civil.

Quem não aceitasse a proposta era ameaçado e proibido de exercer seu ofício de venda de apostas virtuais na região. "Com isso a facção se livra da concorrência, até ficarem apenas pessoas que realizem jogos com a maquineta da facção", afirmou a investigação. A Polícia Civil do Ceará também identificou uma mensagem que está circulando nas redes sociais desde domingo (2), que é atribuída a TCP, oficializando a proibição de jogos de apostas online nos bairros Pajuçara e Jardim Bandeirantes para quem não trabalha para a facção.

Devido ao medo das ameaças da facção criminosa, pelo menos 13 vendedores de apostas abandonaram seus pontos. A maioria deles não registrou boletim de ocorrência sobre as ameaças recebidas e máquinas de apostas roubadas. Já quem insistiu em permanecer trabalhando, foi abordado por membros da TCP e tiveram as máquinas de apostas tomadas.

No mesmo texto, também foi citado que terreiros de umbanda estão proibidos de funcionar na região. A intolerância com religiões de matriz africana é uma das marcas do TCP, pois os membros se declaram evangélicos e há histórico de perseguições a quem não pratica a mesma religião.