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Carol Neves
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 10:05
Bernardo van Brussel Barroso, filho do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, decidiu não retornar aos Estados Unidos após o anúncio de sanções do governo Donald Trump contra ministros da Corte brasileira e seus familiares. Diretor associado do BTG Pactual em Miami, ele estava na Europa quando as medidas foram divulgadas e, por precaução, voltou ao Brasil. >
A orientação para não embarcar de volta partiu do próprio Barroso, segundo a Folha de S. Paulo. Embora os ministros ainda não tenham sido oficialmente notificados da revogação dos vistos, o temor era de que Bernardo fosse impedido de entrar no país. Para evitar um possível constrangimento, o ministro aconselhou o filho a não retornar, e ele acatou.>
Família do ministro Luís Roberto Barroso
A relação da família Barroso com os Estados Unidos é antiga. O ministro é colaborador acadêmico da Harvard Kennedy School e já visitou outras universidades americanas durante seu mandato à frente do STF. Sua filha, Luna van Brussel Barroso, concluiu uma pós-graduação em Yale entre 2022 e 2023, antes de retornar ao Brasil para cursar doutorado em Direito Constitucional na USP.>
Já Bernardo viveu e estudou por vários períodos nos Estados Unidos. Em 2018, passou três meses na Cambridge Square Capital, em Boston. Depois, voltou ao país para fazer mestrado em Ciência de Dados no McDaniel College. Desde agosto de 2024, atua como diretor associado do BTG Pactual, inicialmente em Nova York e, mais recentemente, em Miami.>
As medidas do governo Trump contra autoridades brasileiras surgiram após o avanço das investigações do STF envolvendo Jair Bolsonaro e seus aliados por participação na tentativa de golpe em 2022. Em 18 de julho, os EUA anunciaram a suspensão dos vistos de oito ministros da Corte. Apenas Luiz Fux, André Mendonça e Kássio Nunes Marques ficaram de fora - os dois últimos indicados por Bolsonaro.>
Além da suspensão dos vistos, o governo Trump aplicou sanções previstas na Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes. Com isso, ele ficou impedido de realizar transações em dólar ou utilizar cartões de crédito ligados a redes como Mastercard e Visa, o que representa um isolamento financeiro nos Estados Unidos.>