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Carol Neves
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 08:19
O Ministério Público de São Paulo afirmou que a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, acusada de ser uma serial killer, contou com o apoio da irmã gêmea e da filha de uma das vítimas para cometer quatro assassinatos entre janeiro e maio deste ano. Os crimes ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. As informações são do portal G1.>
De acordo com a Promotoria, Ana Paula envenenou quatro pessoas: Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, em Guarulhos; Neil Corrêa da Silva, em Duque de Caxias (RJ); e o tunisiano Hayder Mhazres, na capital paulista. Todas as vítimas apresentaram sinais de intoxicação, como edemas pulmonares.>
Ana Paula Veloso é acusada de matar quatro pessoas envenenadas
As investigações indicam que a irmã gêmea da estudante, Roberta Cristina Veloso Fernandes, participou de todos os homicídios, enquanto Michelle Paiva da Silva, de 43, filha de Neil, teria encomendado a morte do próprio pai por R$ 4 mil. As três foram presas pela Polícia Civil esse ano - Ana Paula em julho, Roberta em agosto e Michelle no início de outubro.>
Segundo o Ministério Público, o objetivo das irmãs era obter dinheiro e bens das vítimas. “Além da gravidade em concreto das infrações cometidas ser indiscutível, bem como de estarmos diante de uma verdadeira serial killer”, escreveram os promotores Rodrigo Merli Antunes e Vania Caceres Stefanoni na denúncia.>
A Justiça aceitou o pedido do MP e tornou Ana Paula ré pelos quatro homicídios, determinando sua prisão preventiva. As outras duas envolvidas ainda não foram formalmente denunciadas, mas devem responder por participação nas mortes.>
Bolo envenenado e vingança pessoal>
Antes de ser presa, Ana Paula já estava sob investigação por tentar envenenar colegas da faculdade em Guarulhos com um bolo, que ninguém chegou a comer. Segundo o delegado Halisson Ideiao Leite, do 1º Distrito Policial da cidade, a universitária “colocou esse bolo envenenado supostamente para tentar incriminar uma terceira pessoa”, mas as apurações mostraram que ela “não era vítima nesse caso, mas sim uma 'serial killer'”.>
Durante as investigações, surgiu a suspeita de que o veneno usado fosse “chumbinho”, substância comum em produtos para matar ratos. Três corpos foram exumados para análise, com exceção do tunisiano, que foi enterrado em seu país de origem.>
Quem são as vítimas>
31 de janeiro – Marcelo Hari Fonseca>
Proprietário do imóvel onde Ana Paula e Roberta moravam em Guarulhos, Marcelo foi encontrado morto em casa em estado avançado de decomposição. O caso chegou a ser arquivado por falta de provas, mas foi reaberto após novas evidências indicarem envenenamento.>
11 de abril – Maria Aparecida Rodrigues>
Amiga que conheceu em um aplicativo de relacionamentos, Maria morreu após comer bolo e café oferecidos por Ana Paula. A filha da vítima relatou à polícia que a universitária usou um nome falso e demonstrou interesse em entrar na casa depois da morte da mulher, alegando ter deixado roupas no local.>
26 de abril – Neil Corrêa da Silva>
Aposentado de 65 anos e pai de Michelle, Neil morreu depois de comer uma feijoada levada por Ana Paula. De acordo com as investigações, Michelle pagou R$ 4 mil às irmãs para que envenenassem o pai, com quem tinha conflitos. Mensagens trocadas entre as suspeitas indicam o uso da sigla “TCC” como código para o crime.>
23 de maio – Hayder Mhazres>
Namorado de Ana Paula, o tunisiano Hayder passou mal e morreu em seu apartamento em São Paulo. O corpo foi levado à Tunísia, sem perícia local. Familiares disseram que a universitária afirmava estar grávida dele e pediu dinheiro à família, mas a gravidez era falsa.>
Ana Paula está presa preventivamente em São Paulo. Roberta e Michelle cumprem prisão temporária em unidades de Guarulhos. A Polícia Civil ainda apura se há outras possíveis vítimas.>