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Da Redação
Publicado em 25 de março de 2020 às 15:29
- Atualizado há 2 anos
Após o aumento das divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores de Estado, o Palácio do Planalto informou nesta quarta-feira, 25, ter lançado um site para receber demandas e sugestões dos governos estaduais. Também foi aberto um portal para receber doações ao governo e órgãos federais. As páginas são do Centro de Operações (COP) da covid-19, coordenado pela gabinete de crise montado na Casa Civil.>
"Hoje já está disponível um site para doações (...), existe outro site exclusivo para os governos de Estado, acesso mediante senha, para conversarem com o COP, apresentando suas sugestões e necessidades", afirmou o ministro Braga Netto, chefe da Casa Civil.>
Segundo o ministro, o COP foi ativado para realizar a coordenação entre todos os atores envolvidos, sobretudo a logística, e monitorar ações para informar ao presidente Jair Bolsonaro.>
Braga Netto afirmou que o País terá que adaptar soluções para superar a pandemia provocado pelo novo coronavírus e a crise econômica decorrente. "Não existe modelo de solução", afirmou o ministro em breve pronunciamento.>
Bolsonaro realizou reuniões por videoconferência com os governadores nos últimos três dias, o que foi visto como um sinal de mais diálogo ou coordenação por parte do governo, mas o relacionamento se deteriorou novamente depois de o presidente reiterar críticas a eles em pronunciamento na TV e questionar as restrições de circulação de pessoas, como o fechamento de escolas. Na reunião desta quarta-feira, Bolsonaro teve uma discussão política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).>
Perguntas>
Pela segunda vez, integrantes do alto escalão do governo se esquivaram de questionamentos durante uma coletiva de imprensa e deixaram que servidores de níveis hierárquicos inferiores se submetessem a perguntas para as quais não tinham resposta.>
Nesta quarta-feira, o ministro da Casa Civil, o general Braga Netto, fez um pronunciamento breve e deixou do salão em que ocorria a entrevista coletiva. O subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Heitor Freire de Abreu, não tinha dados para a maior parte das perguntas de jornalistas, como se o governo adotaria mudanças no isolamento, deixando apenas idosos e grupos de risco em confinamento, o que vem sendo chamado pelo presidente de "isolamento vertical" em vez de ações de quarentena, o "isolamento horizontal". Ele chegou a pedir que os questionamentos fossem feitos diretamente ao Braga Netto.>
"Essa pergunta foge ao escopo do centro de operações. Solicito que ela seja dirigida diretamente ao ministro da Casa Civil", disse o coordenador.>
A reportagem perguntou, por exemplo, se depois dos questionamentos que o presidente fez às orientações de isolamento social feitas pelo Ministério da Saúde, haveria mudança nos serviços federais que atendem ao público, como agências de bancos e casas lotéricas, e a retomada de aulas em universidades. O subchefe afirmou que não tinha notícia sobre mudanças nas orientações de isolamento dos servidores.>
A reportagem também questionou quantas exportações de produtos e insumos de saúde úteis no combate à pandemia haviam sido liberadas excepcionalmente e o que as justificou - elas precisam de aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitárias. O Centro de Operações não tinha o dado.>
"Existem necessidades e demandas que precisamos atender, então optamos por avaliar caso a caso. No que se refere à decisão de liberar ou não a pergunta deve ser endereçada ao Ministério da Saúde e à Receita Federal", respondeu Abreu, que também é coordenador do Centro de Operações da covid-19.>
Abreu afirmou que a Casa Civil, responsável pela interlocução federativa, aguardaria orientações do presidente sobre manifestações políticas dos governadores e que a orientação de nível técnico era manter canais abertos.>
Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez gesto semelhante ao de Braga Netto. Ele abandonou o microfone deixando ministros e secretários sem resposta aos questionamentos como que protocolo adotaram nesta semana, uma vez que deixaram de usar máscaras de proteção durante entrevistas coletivas, o que vinham fazendo na semana passada.>