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Governo prepara pacote para socorrer exportadores brasileiros após tarifa de Trump

Exportações de alimentos são as mais afetadas

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 10:53

Alimentos no mercado
Alimentos no mercado Crédito: Arquivo

A sobretaxa de 50% anunciada por Donald Trump sobre produtos brasileiros entra em vigor hoje, sem que haja negociação direta entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. A medida impacta 35,9% das exportações brasileiras, incluindo setores estratégicos como carne, café e frutas, mesmo com algumas exceções previstas pelo decreto.

Sem canal direto de diálogo aberto entre governos, o Brasil começa a implementar medidas de contingência. Entre elas, o Executivo planeja comprar produtos agrícolas que deixarem de ser exportados aos EUA, especialmente perecíveis. Frutas, pescados e mel devem ser adquiridos via compras governamentais. O governo solicitou aos setores produtivos uma lista das mercadorias que estariam com excesso de oferta e o preço mínimo para viabilizar a aquisição, segundo informação de O Globo.

Em outra frente, o Ministério da Agricultura discute alterar normas sobre o uso de ingredientes naturais em sucos, sorvetes e iogurtes industrializados, beneficiando produtores regionais. Já o BNDES prepara uma linha de crédito com juros subsidiados pelo Tesouro para pecuaristas e agroindústrias com foco em capital de giro e abertura de mercados alternativos. O volume de garantias estimado para estimular até 20 bilhões em empréstimos varia entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.

O governo também avalia implementar um programa temporário de redução de jornada e salário, com compensação financeira por parte do Estado.

Durante reunião no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o presidente Lula afirmou que pretende convidar Trump para a COP30, e não negociar o tarifaço. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a importância de discutir cooperação em exploração mineral, ressaltando os recursos brasileiros, bauxita, manganês, nióbio, grafita, e a necessidade de garantir que a extração traga benefícios para a população.

Apesar da postura diplomática, representantes do setor produtivo  expressaram preocupação com os impactos imediatos das tarifas e aguardam a implementação das medidas de socorro. À noite, Lula reuniu-se com o vice-governador e ministros para definir o cronograma de ações, que deve ser anunciado por etapas, começando pelos setores mais atingidos: frutas, pescados e outras exportações.

A tarifa não incide sobre produtos já embarcados antes da data de vigência, caso cheguem aos EUA até 5 de outubro. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou que cada setor terá benefícios específicos, conforme o grau de impacto sofrido.

A equipe econômica avalia que o pacote deve absorver os choques iniciais, mesmo com a sobretaxa considerada severa. Fernando Haddad classificou a medida como injusta e prejudicial à tradição de mais de 200 anos de relações amistosas com os EUA. O governo entende que não se trata de uma guilhotina, mas do primeiro passo de uma fase de negociação mais estruturada, com possível diálogo futuro com o secretário do Tesouro americano. A ideia é tentar separar os temas comerciais das queixas políticas usadas por Trump para justificar a sobretaxa.