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Carol Neves
Publicado em 10 de setembro de 2025 às 12:38
O ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo) celebrou o voto dissidente do ministro Luiz Fux no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus, nesta quarta-feira (10). Fux discordou da acusação de organização criminosa e também afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) não tem competência para fazer o julgamento, por conta da falta de foro dos réus, recomendando anulação. Os dois votos anteriores, de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, foram pela condenação dos réus. >
"Fux está jogando na cara dos ministros que o STF julgou MORADORES DE RUA pelo 8 de janeiro NO PLENÁRIO, enquanto Bolsonaro, ex-presidente, está NA TURMA”, escreveu Deltan, lembrando que Fux também sinalizou que acreditava que o julgamento, sendo no STF, deveria ser no plenário.>
O político também fez um post que ficou famosa nos vazamentos conhecidos da Vaza Jato, quando a Operação Lava Jato acabou tendo as condenações anuladas. "In Fux we trust", escreveu Deltan. A frase, em português, significa "No Fux a gente confia". Em 2016, segundo os vazamentos, o ex-juiz Sergio Moro usou a frase ao conversar com Deltan sobre a Lava Jato, mostrando confiança nas decisões de Fux. Curiosamente, Deltan nunca admitiu a legitimidade das conversas. >
Além de Deltan, outra figura central da Operação Lava Jato, o próprio Sérgio Moro, hoje senador pelo Paraná, também celebrou o voto de Fux. "O ministro Fux tem razão. O STF não é o foro competente para julgar o Bolsonaro e os generais", escreveu. >
“Aula de Constitucional e Processo Penal ao vivo!”, celebrou a procuradora da República Thaméa Danelon, outro nome que se tornou conhecido na época da Lava Jato. >
A deputada federal Rosângela Moro (União-PR) foi outra a celebrar. “Impõe-se a nulidade de todos os atos decisórios praticados. Palavras do Min. Fux ao reconhecer a incompetência absoluta do STF no julgamento dos réus do 8/1. A Constituição foi ignorada e transformaram o Supremo em tribunal de exceção. A banalização constitucional é gravíssima”.>