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Da Redação
Publicado em 25 de dezembro de 2020 às 14:16
- Atualizado há 2 anos
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, morta pelo ex-marido na véspera de Natal, dispensou a escolta oferecida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) depois de dois meses. Ameaçada e agredida anteriormente por Paulo José Arronenzi, 52 anos, com quem esteve casada de 2009 a 2020, ela disse em novembro desse ano à comissão de segurança do TJ que não queria mais ser acompanhada pelos seguranças. Ela disse ter tomado a decisão por motivo pessoal.>
A escolta estava disponível para a juíza após um pedido dela mesma. Ela tinha como proteção dois carros com seis homens armados, todos com habilidades em artes maciais, que ficavam com ela por 24h, em revezamento.>
Ontem, Paulo José foi deixar as três filhas com Viviane, uma menina de 9 anos e gêmeas de 7, no condomínio em que a juíza morava, na Barra da Tijuca. Quando ela foi pegar as garotas, ele a esfaqueou. Vídeo que circula em redes sociais mostra que as crianças estavam presentes - uma delas grita repetidamente pedindo para o pai parar de esfaquear a mãe. >
Viviane morreu no local. Paulo ficou ao lado do corpo e foi preso em flagrante, sendo levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Ele não quis falar no depoimento, se mantendo em silêncio. >
Em comunicado, TJRJ "lamentou profundamente a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, vítima de feminicídio na Barra da Tijuca nesta quinta-feira (24/12)".>
Fim de casamento e agressões Viviane informou a Paulo José a intenção de se separar dele no último dia 14 de setembro. Amigos contaram ao Extra que ela considerava que ele levaria bem a decisão. Depois, a juíza deu uma carona ao então marido e os dois começaram a discutir. Ela desistiu então de buscar as três filhas na casa da mãe, como combinado. No final do trajeto, Paulo empurrou Viviane do veículo.>
Na época, a Polícia Militar foi chamada e os dois foram para a 77ª Delegacia (Icaraí). Viviane contou que tinha caído no chão após o empurrão, machucando a perna direita. Ela disse que o marido tinha um "gênio explosivo", mas nunca a agredira antes. Ela disse que não queria prestar queixa contra ele nem vê-lo preso.>
Cinco horas depois, ela voltou à delegacia para dizer que Paulo foi à casa da mãe dela, jogou todas as roupas da juíza pela grade e fez ameaças. "Isso não vai ficar assim! Eu vou te matar". Ela pediu então adoção de medidsa protetivas e o caso ficou registrado como lesão corporal e ameaça. >