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Esther Morais
Estadão
Publicado em 5 de maio de 2025 às 14:14
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta segunda-feira (5) a demissão da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a indicação de Márcia Lopes para o cargo. Esta é a 12ª mudança que o presidente faz em sua equipe ministerial desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2023.>
A confirmação veio por uma nota oficial divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República nesta segunda-feira. O anúncio limita-se a dizer que a demissão de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes serão publicadas em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta segunda.>
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse, na manhã desta segunda-feira, 5 de maio, à assistente social e professora Márcia Lopes para o cargo de ministra das Mulheres, até então ocupado por Cida Gonçalves. A exoneração de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes serão publicadas ainda hoje, em edição extra do Diário Oficial da União", afirma o comunicado.>
Márcia Lopes foi ministra do Desenvolvimento Social em 2010, no segundo mandato de Lula na Presidência da República. Antes, foi secretária-executiva da pasta e secretária nacional de Assistência Social.>
A nova ministra também tem experiência em cargos eletivos. Foi vereadora de Londrina de 2001 a 2004. Também ocupou o cargo de secretária de Assistência Social da cidade.>
Filiada ao PT desde 1982, Márcia Lopes tem 67 anos. É irmã de Gilberto Carvalho, quadro histórico do PT que já foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência de Dilma Rousseff e chefe de gabinete de Lula de 2003 a 2010.>
A saída de Cida era esperada desde o início do ano na reforma ministerial que o presidente pretendia fazer. Pesavam contra ela acusações de assédio moral, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.>
Em fevereiro deste ano, a Comissão de Ética Pública da Presidência rejeitou um processo contra Cida por uma denúncia de assédio moral. A agora ex-ministra nega as acusações.>
Cida Gonçalves se reuniu com Lula na sexta-feira, 2. Na oportunidade, não houve anúncio de saída da ministra do cargo.>
A reforma ministerial aguardada no início do ano, até aqui, tem sido realizada a conta-gotas. Essa é a terceira mudança no governo Lula promovida por questões de "desempenho" - ou seja, sem uma acusação que motive o afastamento do ministro.>
A primeira foi a troca na Secretaria de Comunicação Social. Paulo Pimenta foi demitido e substituído por Sidônio Palmeira. Em março deste ano, Lula demitiu Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Em seu lugar, assumiu Alexandre Padilha, que comandava a Secretaria de Relações Institucionais. A deputada Gleisi Hoffmann, por sua vez, foi indicada para o ministério responsável pela articulação política.>
Outras duas mudanças realizadas neste ano foram as demissões de Carlos Lupi, da Previdência Social, e Juscelino Filho, das Comunicações. Os dois casos, no entanto, não estão relacionados a uma avaliação negativa do governo do desempenho dos ministros, mas por acusações e escândalos nos quais seus nomes foram envolvidos.>
Lupi pediu demissão por causa da investigação de fraudes no pagamento de benefícios do INSS. Mesmo sem ter seu nome citado nas apurações, conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, o agora ex-ministro sofreu um grande desgaste, principalmente após a revelação de que ele fora informado das denúncias de fraude em 2023 e que as providências só surgiram após quase um ano.>
Juscelino Filho, por sua vez, foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A defesa do ex-ministro alega que ele é inocente. A suspeita é de que ele teria desviado emendas parlamentares destinadas por ele pelo seu mandato enquanto deputado federal. Juscelino destinou emendas parlamentares à prefeitura de Vitorino Freire (MA), cidade que era administrada por sua irmã Luanna Rezende. Segundo a denúncia da PGR, ele teria recebido propinas em troca da destinação dos recursos e do direcionamento de contratos a certas empresas.>
Até o momento, porém, Lula não fez mudanças que afetam a participação dos partidos do Centrão no governo. Essa era uma das principais expectativas em torno da reforma ministerial, já que um dos objetivos era reestruturar a Esplanada e garantir uma governabilidade maior ao presidente na reta final de seu mandato>